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Cotidiano

Memória: a história do bairro de Santana

Prestes a completar 239 anos, Santana é um dos bairros mais antigos da zona norte paulistana

Gladys Magalhães

07/07/2021 às 15:44

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Vista aérea do bairro de Santana

Vista aérea do bairro de Santana | /Fernando Moraes/Folhapress

No próximo dia 26 de julho, o principal bairro da zona norte paulistana completa 239 anos. Fundado em 1782, Santana teve origem na Fazenda de Sant’Ana, uma propriedade da Companhia de Jesus, que ganhou este nome em homenagem à Santa Ana, mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus.

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A fazenda fez parte de muitos momentos históricos da cidade e do País. Por lá, funcionou o Cinturão Verde da antiga São Paulo dos Campos de Piratininga, com centro de plantações e criação de animais. O local também foi palco da evangelização de indígenas escravizados e de disputas entre jesuítas e o governo da época, com o Marquês de Pombal confiscando os bens dos jesuítas, em meados de 1700, e dando a fazenda para a administração do governo da Capitania de São Paulo.

Em 1821, outro momento histórico. Teria sido na sede da fazenda, conhecida como Solar dos Andradas, que José Bonifácio de Andrada e Silva escreveu o manifesto paulista que ajudou, no ano seguinte, na declaração do Dia do Fico, quando o imperador Dom Pedro I declarou que não voltaria a Portugal.

Anos depois, o bairro protagonizaria ainda a primeira transmissão de rádio do Brasil, ocorrida no dia 3 de junho de 1900. Na ocasião, o padre Landell de Moura fez a primeira transmissão de voz humana por rádio, com registro da imprensa. A transmissão foi feita da Avenida Paulista, provavelmente onde hoje é o MASP, ao Colégio Irmãs de São José, atual Colégio Santana.

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Macaque in the trees
Estrada de Ferro Cantareira foi fechada após 72 anos de funcionamento por conta dos diversos acidentes - Acervo UH /Folhapress

Tramway Cantareira
Ainda no século 19, as terras da fazenda foram divididas em sesmarias e, em 1897, começam a surgir as primeiras ruas do bairro. Contudo, foi somente no século 20 que Santana começou a ganhar as configurações atuais. Primeiro, com o Tramway Cantareira, ou Estrada de Ferro Cantareira, e depois com o surgimento da Ponte das Bandeiras, em 1942, que passou a ser a principal entrada para o bairro, com a interligação das regiões norte e sul da cidade.

A Estrada de Ferro Cantareira iniciou suas operações em 1883 e permaneceu ativa até 1965. A ferrovia foi por muitos anos a principal ligação para os moradores da zona norte chegarem ao centro da cidade, mas o transporte de passageiros não era sua principal responsabilidade, visto que ela foi criada para o transporte de materiais que seriam utilizados na construção de uma adutora para trazer água do reservatório Cantareira ao município de São Paulo.

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A desativação da ferrovia ocorreu por conta dos diversos acidentes que aconteciam ao longo do percurso e para a futura chegada do metrô. Contudo, a Tramway Cantareira segue forte no imaginário local, inspirando, por exemplo, o espaço que abriga vários bares e restaurantes na Avenida Engenheiro Caetano Álvares.

“A nossa Villa foi pensada no nascimento do bairro com a construção da Tramway Cantareira e das vilas operárias que nasciam destes trabalhadores ao redor da estação Mandaqui. Procuramos reconstruir um pouco dessa representação na fachada do estabelecimento, que são essas casinhas de vilas, uma do lado outra. Procuramos também reproduzir o mesmo espírito da época de proximidade e contato, da comida caseira compartilhada e do espírito fraterno”, diz Moacir Dargas, um dos fundadores do Villa Caetano’s Bar, que tem como principais atrativos as carnes grelhadas, a parmegiana e a feijoada aos sábados.

Macaque in the trees
Villa Caetanos Bar teve a Tramway Cantareira como inspiração - Hilton Souza

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Macaque in the trees
Em 1992, a história do Carandiru encontra seu ápice com o episódio que ficou conhecido como “Massacre do Carandiru” - José Luís da Conceição/Folhapress

Carandiru
Não dá para falar do bairro de Santana sem mencionar a Casa de Detenção de São Paulo, ou Carandiru.
Inaugurado em 21 de abril de 1920, o presídio chegou a ser um dos cartões postais da cidade, com direito à visitação pública até o final da década de 1930. Na década seguinte, contudo, a população carcerária passou a crescer rapidamente e a cadeia ficou superlotada, o que, mesmo com a construção de novos pavilhões, não resolveu o problema.

Em 1992, com mais de 9 mil detentos, a história do Carandiru encontra seu ápice com o episódio que ficou conhecido como “Massacre do Carandiru”, quando 111 presos foram mortos por forças policiais após uma violenta rebelião.

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Dez anos depois, o presídio foi desativado e, posteriormente, deu lugar ao Parque da Juventude, que possui 240 mil m², e a Biblioteca de São Paulo, que foi finalista em 2018 do prêmio de Melhor Biblioteca do Mundo, além de outros equipamentos culturais.

Comércio
Além do Parque da Juventude, atualmente, o bairro de Santana se sobressai por ser um centro de comércio e lazer na zona norte, com destaque para a Avenida Voluntários da Prata, que conta com centenas de estabelecimentos.

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