Dia dos Namorados é aposta de bares e restaurantes para driblar crise

Até o ano de 2019, o Dia dos Namorados era a segunda data mais aguardada pelos donos de bares e restaurantes, ficando atrás apenas do Dia das Mães. Com a pandemia, a data ganhou ainda mais importância, pois é tida por muitos como um respiro para o setor, que é um dos mais impactados financeiramente pela crise provocada pela Covid-19.

“Era uma noite expressiva, muito comemorada, com muito movimento. No ano passado, não teve Dia dos Namorados porque tudo estava fechado. Portanto, em relação ao ano passado, o faturamento será melhor. Contudo, na comparação com 2019, esperamos uma queda de ao menos 30% no faturamento, pois estamos com restrição de horários e só podemos trabalhar com até 40% de capacidade”, diz Sylvio Lazzarini, CEO do Varanda Grill e vice-presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo e Região (Sindiresbar).

O presidente do conselho estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), Percival Maricato, lembra também da situação econômica atual dos brasileiros e destaca que os estabelecimentos apostam como nunca nas promoções para enfrentar as adversidades.

“Este ano o movimento presencial será bem menor, pois há limites de horário, de disponibilização de lugares, e os brasileiros, os jovens em particular, estão bem fragilizados economicamente, já que muitos perderam o emprego (...). O delivery será superior ao ano passado, então estamos preparando o setor para poder atender satisfatoriamente os pedidos.”

Pratos especiais e semana estendida
Ainda segundo Maricato, para atrair o consumidor, os estabelecimentos estão apostando na criação de pratos especiais, promoções, brindes e até semana estendida. A última, aliás, foi a opção adotada por um grupo de restaurantes da Capital, que, entre os dias 07 e 11 de junho, oferecerá gratuitamente a sobremesa para os casais que jantarem em um dos participantes (A Bela Sintra, Almanara, Due Cuochi, Kitchin, Kinoshita, Nino Cucina, NB Steak, Rodeio, Rufinos, Tasca da Esquina, Pizzaria 1900 e Varanda Grill).

O Paris 6 é outro que irá estender a data comemorativa, disponibilizando o “Menu D’Amour”, no almoço e jantar, incluindo delivery, de 11 a 13 de junho. Além disso, o bistrô, que tem várias unidades em São Paulo, irá vender cestas de café da manhã, pelo valor de R$ 280, mais taxa de entrega.

“O Dia dos Namorados está para nós como o 4 de julho está para os americanos, e o 14 de julho para os franceses. Durante a pandemia, passamos a oferecer a opção do Paris 6 em casa, que busca imprimir o mesmo toque romântico de experiência. Além disso, minha orientação para o marketing tem sido no desenvolvimento de uma “Semana dos Namorados” e de um “Fim de Semana dos Namorados” mais intensificados, diluindo o consumo presencial para mais dias”, ressalta o empresário Isaac Azar, fundador da marca Paris 6.

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Tradicional quando o assunto é celebração a dois, desde o ano passado, o Chalezinho incrementou seu cardápio delivery para o Dia dos Namorados, na tentativa de minimizar perdas. Assim, este ano, a casa irá oferecer diversos kits, que incluem mimos, como flores e varal de fotos para os apaixonados, com preços a partir de R$ 198.

O restaurante japonês Kiichi, por sua vez, criou o “Combo do Amor”, que pode ser degustado tanto no salão, como em casa. Com o valor de R$ 285, o pacote inclui ceviche de peixe branco, combinado especial de 33 itens, teppan de frutos do mar e carpaccio de salmão.

Já o Nosu, conceituado restaurante japonês da zona norte da Capital, apostou na parceria com o fotógrafo Angelo Pastorello para a criação de caixas de madeiras personalizadas. Recheadas com sushis, sashimis e outras iguarias feitas artesanalmente, a caixa sai por R$ 439, e parte do valor arrecadado será revertido à ação social Aliança Solidária.

Lojistas também esperam pela data
Além dos bares e restaurantes, os lojistas também estão ansiosos pela data. “As lojas deverão aproveitar o período para oferecer promoções variadas e descontos, o objetivo é de recuperar parte do seu caixa e, assim, conseguir suportar e superar esse período”, explica Maurício Stainoff, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP).

Segundo a Federação, os consumidores devem desembolsar, em média, R$ 200 no presente para os parceiros. Acessórios, perfumes e eletrônicos deverão ser os itens mais procurados, ainda que flores e chocolates também entrem na lista de produtos com crescimento nas vendas.

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