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Cotidiano
O Instituto que está fazendo história no combate contra à Covid-19 tem sua origem ligada ao combate de outra doença: a peste bubônica
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Os shopping centers devem poder voltar a funcionar com a capacidade limitada a até 40% | /DIVULGAÇÃO/SHOPPING JARDIM SUL
O ano era 1899, durante o verão europeu, Portugal emitiu um comunicado alertando que estava sob um surto de peste bubônica. Países que costumavam fazer negócio com os portugueses passaram a isolar as embarcações que vinham da nação europeia, o Brasil era um desses lugares, mas, apesar de tomar todas as providências cabíveis na época, em outubro daquele ano, a doença foi detectada em Santos, no litoral paulista.
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Não demorou para que a peste, transmitida por uma bactéria encontrada em pulgas de ratos contaminados, se espalhasse pelo estado de São Paulo e chegasse ao Rio de Janeiro, o que fez a administração pública paulista tomar providências para conter a disseminação. Dentre as medidas tomadas estava a criação de um laboratório para produzir um remédio capaz de conter a doença.
O governo paulista adquiriu então o terreno da Fazenda Butantan, na zona oeste de São Paulo, onde foi instalado um laboratório, vinculado ao Instituto Bacteriológico, hoje, Instituto Adolfo Lutz. À frente do projeto o governo colocou o médico e pesquisador Vital Brazil, que mais tarde seria o primeiro diretor do Instituto Butantan.
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Vital Brazil
Nascido em 1865, na cidade mineira de Campanha, Brazil se mudou com a família para São Paulo aos 15 anos de idade. Ele cursou medicina no Rio de Janeiro e quando terminou o curso voltou à capital paulista, onde desenvolveu sua carreira.
O médico foi o responsável por detectar a peste bubônica em Santos e também por levar o Butantan ao reconhecimento internacional. Isso porque ele sempre fez questão de divulgar a atuação e produção da instituição, a qual esteve à frente por 24 anos (de 1899 a 1919 e de 1924 a 1928).
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Datas marcantes
Em 23 de fevereiro de 1901, por um decreto do então governador de São Paulo, Francisco Rodrigues Alves, o Butantan ganhou sua autonomia, deixando de ser um braço do Instituto Bacteriológico e sendo batizado de Instituto Serumtherápico. No mesmo ano, a instituição produziu sua primeira vacina, a vacina antipestosa, e o soro antipestoso, ambos usados no combate à epidemia de peste bubônica.
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Na década seguinte, em 1912, o Butantan inaugurou o serpentário, resultado da crescente pesquisa e produção de soros antiofídicos pelo Instituto. O assunto entrou no radar da instituição pelo fato do Brasil ter muitos casos de pessoas picadas por cobra nas plantações de café e também por conta do interesse de Vital Brazil pelo assunto.
Dois anos depois, em 1914, foi inaugurado o prédio central do Instituto Butantan, concebido para abrigar os laboratórios de pesquisa. Cem anos depois, em 2014, ele recebeu o nome de Edifício Vital Brazil. Já o nome de Instituto Butantan (que diz respeito à toda instituição) foi dado ao Instituto em 1925.
Com o decorrer dos anos, o Butantan se destacou na produção de vacinas e soros, ganhou museus (Museu Biológico, de Microbiologia, Histórico, Emílio Ribas), parque, macacário, reptilário e um hospital. Este último, fundado em 1945, batizado de Hospital Vital Brazil, oferece atendimento gratuito a vítimas de acidentes com animais peçonhentos.
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Incêndio
Dentre os fatos que marcaram a instituição mais recentemente está a produção da vacina contra a gripe A, cujo surto afetou diversos países, incluindo o Brasil, em 2009, e o incêndio ocorrido no dia 15 de maio de 2010, que atingiu um dos galpões do Instituto.
O acidente, causado por um curto-circuito por conta de uma sobrecarga elétrica, destruiu milhares de espécimes da Coleção Científica de Serpentes, Aranhas e Escorpiões do Butantan e foi considerado um prejuízo gigantesco para a pesquisa científica.
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Covid-19
Hoje, em meio à pandemia de Covid-19, o Butantan se destaca, mais uma vez, com a produção da vacina Coronavac, em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech. A vacina é a mais aplicada no País, que já perdeu mais 400 mil vidas em razão de complicações do novo coronavírus.
Além da Coronavac, o Instituto anunciou no final de março o desenvolvimento de mais uma vacina contra o Sars-Cov-2, a Butanvac, e também obteve a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes em humanos de um soro contra a doença.
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Fontes: Instituto Butantan, Acervo Estadão e Brasil Escola.
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