Entre em nosso grupo
2
Cotidiano
Blocos e escolas de samba migram para a internet para ninguém esquecer que o Carnaval tomaria as ruas da Capital até a Quarta-Feira de Cinzas
Continua depois da publicidade
Bloco MinhoQueens já reuniu 250 mil pessoas e agora promoverá o Festival MinhoQueens de Cultura Drag | /Victor Vivacqua/Divulgação
Chegou o Carnaval e ela não desfilou. E nem ninguém. A maior festa popular do País tomaria as ruas e avenidas de São Paulo e de outras capitais neste fim de semana, mas teve de ser cancelada por causa da pandemia da Covid-19. Com isso, as 14 escolas do Grupo Especial e os quase 800 blocos registrados na prefeitura precisarão guardar os surdos e tamborins. Para não deixar a data passar batida, porém, os carnavalescos da Capital prometem transmissões pela internet, seja com patrocínio, seja por conta própria, e outras atividades para celebrar os dias de Momo.
Continua depois da publicidade
O MinhoQueens é exemplo de reinvenção neste ano. O primeiro bloco LGBTQIA+ da cidade foi criado em 2016 e, na última edição, reuniu 250 mil pessoas pelas vias do centro. Agora, sob a pandemia, explica Fernando Magrin, um dos idealizadores do projeto (que durante os dias de folia assume a identidade da drag queen Mama Darling), o grupo se prepara para apresentar o Festival MinhoQueens de Cultura Drag.
O evento vai produzir e transmitir shows com cantoras, DJs, dançarinas e dubladoras, além de debates sobre a evolução da arte drag ao público de forma on-line e gratuita. Serão seis apresentações nos dias 13, 20 e 27 de fevereiro, com duas lives por edição.
O festival é patrocinado pelo Governo do Estado e pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo por meio do Edital Proac Expresso Aldir Blanc. “O projeto vai fornecer trabalho para cerca de 100 profissionais de eventos que estavam parados, a maioria LGBTQIA+, afetados pela pandemia”, explica Fernando. Para mais detalhes sobre a programação, clique aqui.
Continua depois da publicidade
Já o Bloco do Ó, que desfila desde 2006 pelas ruas da Vila Madalena, resolveu fazer uma live por conta própria em 2 de fevereiro, com bate-papo sobre os anos de fanfarra e imagens de carnavais passados.
“É para fazer um pouco de Carnaval dentro da gente, para que a chama permaneça”, disse Fernando Szegeri, um dos organizadores, durante a transmissão batizada como “Fevereiros ou No Tempo da Delicadeza". O bloco deve promover outros eventos virtuais durante fevereiro.
Apoio da prefeitura
A Secretaria Municipal da Cultura lançou nesta quarta-feira o Festival Tô Me Guardando, para incentivar o Carnaval de São Paulo durante a pandemia. A programação é composta por 380 atividades de blocos e artistas ligados ao Carnaval, entre instalações artísticas e lúdicas, apresentações on-lines e atividades nos espaços culturais da prefeitura e apresentações nas redes sociais. O festival ocorre entre os dias 12 e 28 de fevereiro e os cachês são de R$ 1 mil a R$ 3 mil por atividade.
Continua depois da publicidade
A abertura será com o tradicional Bloco Afro Ilú Obá De Min, na noite de sexta-feira (12). No mesmo trajeto que o cortejo toma todos os anos, da avenida São Luís à Praça Ramos de Azevedo, serão projetados vídeos com imagens de desfiles passados e um telão de LED, acoplado a um carro de som. O material também estará disponível na internet.
“O festival vai contribuir de alguma forma para mitigar os impactos da pandemia, tanto na alegria e na possibilidade de os blocos desenvolverem atividades, como também para preparar a cidade para a volta do Carnaval de rua”, disse o secretário municipal de Cultura, Alê Youssef.
Cada bloco será responsável pela produção de suas apresentações, que serão transmitidas nas redes sociais dos organizadores e terão divulgação dos links pela Secretaria Municipal de Cultura. Para conhecer a programação completa dos eventos especiais, clique aqui.
Continua depois da publicidade
Além do poder público, empresas também patrocinarão atividades carnavalescas on-line, de nomes famosos da música nacional. A varejista Riachuelo, por exemplo, vai bancar a transmissão de três ícones do Carnaval: Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Bell Marques.
A programação começa a partir do sábado de Carnaval, às 17h30, com a live "O Trio: Ivete, Claudia e Você", com a cantoras baianas. Já no domingo, está marcada a live com o bloco Camaleão de Bell Marques a partir das 16h, pelo canal do Youtube do cantor.
Escolas de samba
As escolas de samba vão promover atividades especiais durante os dias de Momo. A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vai reexibir 34 desfiles nos dias 12, 13, 14 e 15 de fevereiro, datas em que o espetáculo das agremiações ocuparia o sambódromo do Anhembi em 2021. A ação vai ser transmitida ao vivo pelas redes sociais da organizadora do Carnaval, em ordem e horário sorteados para o próximo desfile oficial.
Continua depois da publicidade
A “TV Globo” também anunciou que vai transmitir os melhores momentos de 28 desfiles de escola de samba históricos do Carnaval no próximo fim de semana. O especial “Desfile número 1 Brahma” será apresentado pelo carnavalesco e pesquisador Milton Cunha e pelo ator Aílton Graça.
Serão exibidos 14 desfiles no dia 13 (sábado de Carnaval) após o Altas Horas e outros 14 cortejos no dia 14 (domingo de Carnaval) depois do BBB 21, com desfiles de escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Durante o especial, o público poderá, inclusive, votar para escolher os melhores desfiles de todos os tempos — um do Rio e um de São Paulo.
Continua depois da publicidade
O paulistano se guardou mas o Carnaval não chegou. Mesmo assim, de forma on-line, a festa continua. Como ensina a música, o samba é filho da dor. E o tal do mundo não se acabou.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade