Salles será o relator da CPI do MST; Câmara instala outras 2 CPIs

A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar invasões de terras por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Hoje, a Câmara instalou outras duas comissões. Uma delas foi a CPI das Apostas Esportivas, que se debruçará sobre a questão da manipulação das apostas, cuja presidência será exercida por Júlio Arcoverde (PP-PI), e a relatoria, por Felipe Carreras (PSB-PE). A outra foi a CPI das Americanas, que trata da investigação das inconsistências contábeis das Lojas Americanas, que será presidida por Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), e relatada por Chiodini (MDB-SC).

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A comissão dos sem-terra foi instalada pela Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (17). O presidente, Coronel Zucco (Republicanos-RS), declarou à imprensa que o objetivo da CPI é que a paz e a ordem no campo seja estabelecida, e que o objetivo não é se opor à reforma agrária, mas sim trabalhar pelo “cumprimento das leis e do regimento interno”.

O parlamentar indicou para elaborar o parecer sobre o tema levando em consideração o trabalho realizado pelos demais integrantes, ao longo da CPI, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que também é oposição ao atual governo na Câmara dos Deputados.

Trabalho regido por critérios técnicos

Agindo assim, Salles espera que os governistas compreendam que ele pretende seguir a orientação do presidente da Comissão, da execução de um trabalho que seja “sem perseguição ou revanchismo”, e que os integrantes devem “se ater aos fatos, provas e depoimentos”, afirmou Zucco na audiência.

Contudo, sabendo da movimentação de Salles, aliado do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que vem deixando clara a sua intenção de se candidatar à prefeitura de São Paulo em 2024, se a atuação dele for totalmente alinhada com os parlamentares bolsonaristas, tal fato não será estranho.

A indicação causou espécie nos governistas. Para a também paulista Sâmia Bomfim (PSOL), tal designação deveria ser objeto de impedimento. É que Ricardo Salles é investigado pelo envolvimento, e declarações falsas com relação às ações do movimento, e teme que a oposição apenas use a comissão para conectar as invasões do movimento ao Palácio do Planalto. Mas a deputada não foi ouvida por Zucco.

Dos 54 deputados integrantes da CPI, titulares e suplentes apenas 14 são governistas. Os 40 demais são deputados pertencentes à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).