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Cotidiano

Revisão da vida toda no INSS pode dar margem a golpes; saiba se proteger

Instituto orienta que seus beneficiários estejam atentos a ligações e mensagens

08/12/2022 às 16:19  atualizado em 08/12/2022 às 17:08

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Criminosos têm acesso aos dados de clientes previamente e por isso acabam sendo mais convincentes, diz delegado

Criminosos têm acesso aos dados de clientes previamente e por isso acabam sendo mais convincentes, diz delegado | José Cruz/Agência Brasil

A revisão da vida toda, processo que pode resultar em uma alteração no valor de benefício recebido por segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode ser aproveitada por pessoas mal-intencionadas para aplicação de golpes financeiros. O alerta é da própria instituição, que publicou dicas de como evitar ser vítima desses crimes.

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O INSS lembra que seus funcionários não entram em contato com seus segurados por telefone ou outros canais para oferecer serviços ou benefícios e tampouco revisões de valores.

Seguem dicas de segurança para o segurado que receber qualquer contato sobre o assunto Revisão da Vida Toda, seja via telefone, e-mail, ou redes sociais:

  • não passe seus dados pessoais, como CPF, telefone, endereço ou número do benefício;
  • não envie foto de documentos ou fotos pessoais;
  • nunca compartilhe sua senha de acesso ao gov.br;
  • não realize depósitos, pagamentos ou transferências. Os serviços prestados pelo INSS são todos gratuitos;
  • caso suspeite de golpe, bloqueie o contato e faça um boletim de ocorrência.

Os aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) conseguiram uma segunda vitória da revisão da vida toda no STF (Supremo Tribunal Federal) no último dia 1º, mas o processo ainda não chegou ao fim, pois o governo poderá entrar com embargos de declaração para definir o alcance da revisão, segundo especialistas.

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Criminosos têm estratégias convincentes

E os bandidos estão cada vez mais convincentes. É o que diz Carlos Afonso, Delegado da DCCIBER (Divisão de Crimes Cibernéticos), da Polícia Civil de São Paulo, em entrevista à Gazeta. Os criminosos conseguem facilmente se passar por bancos e financeiras, uma vez que têm acesso aos dados reais dos clientes.

"Hoje você compra um banco de dados na darkweb muito facilmente porque estes dados vão sendo vazados. Essas pessoas [criminosos] vão fazendo banco de dados com [informações sobre] conta bancária, crédito, CPF, nome, telefone, [e] endereço", explica.

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O delegado do DEIC explica que a maioria das pessoas que são vítimas deste tipo de crime é composta por idosos. "Esse golpe de 'você tem uma dívida e nós vamos negativar', geralmente atinge mais as pessoas que têm mais de 65 anos de idade. Isso porque ela é um migrante digital, ela está chegando nesse mundo de telefonia agora", esclarece Afonso.

"Nunca se deve responder a estas mensagens", emendou o chefe de uma das divisões regionais da Delegacia de Crimes Cibernéticos.

Ausência de dados estatísticos

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A Gazeta solicitou à Secretaria de Segurança Pública paulista, dados estatísticos sobre este tipo de crime. Após recusa inicial, a Reportagem solicitou acesso aos dados por meio da Lei de Acesso à informação. Em resposta, a pasta informou que não existe, até o momento, uma classificação específica para este tipo de ação dos bandidos e por isso não existem informações detalhadas sobre este golpe.

De fato, um documento da Polícia Civil, criado para orientar quem é vítima de falsas negociações como estas, pede para que seja aberto um boletim de ocorrência com a classificação "outros crimes".

Segundo o delegado Carlos Afonso, este crime ainda é classificado como "estelionato" e a orientação para a população é sempre desconfiar de ofertas de negociações recebidas por ligações, mensagens e outros meios digitais.

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