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Cotidiano
Lula consegue vantagem irreversível sobre Bolsonaro às 19h55 e é eleito, mais uma vez, presidente do Brasil
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Apoiadores durante ato de Luiz Inácio Lula da Silva | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo
Luiz Inácio Lula Silva (PT) está eleito e é o novo presidente do Brasil. A vantagem do líder petista sobre o seu adversário, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), não podia mais ser revertida às 19h55, e, com isso, Lula volta ao cargo após já ter comandado o Brasil em dois mandatos: entre 2003 e 2006 e, reeleito, entre 2007 e 2010.
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A margem foi apertada contra Jair Bolsonaro (PL), de menos de dois pontos percentuais até o fechamento deste texto.
Depois do resultado anunciado, Lula seguiu para um hotel na região central de São Paulo para um pronuncimento. O presidente eleito agradeceu a Deus, disse que venceu "não um adversário, mas alguém que colocou a máquina do estado" para ganhar as eleições e afirmou: "Tentaram me enterrar vivo, e eu estou aqui".
Ele também disse que as eleições colocaram dois projetos opostos de País, mas quem venceu foi "o povo brasileiro" e "um imenso movimento democrático que se formou acima dos interesses pessoais".
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Durante o pronunciamento ele voltou a cutucar Bolsonaro, ao defender a liberdade religiosa e o aumento da literatura contra as armas. "Armas matam, e nós escolhemos a vida". Ele ainda pediu para as famílias voltem a se reunir e e que a bandeira brasileira não pertence a ninguém, "mas ao povo brasileiro".
O petista também disse que o Brasil hoje é um "pária internacional" e que pretende voltar a ter acordos mais fortes com a União Europeia, e reindustrializar o País. O ex-sindicalista prometeu lutar pelo desmatamento zero da Amazônia e mostrar que é possível gerar riqueza sem derrubar a floresta.
"O Brasil e o planeta precisa de uma Amazônia viva. Quando uma criança indígena morre pela ganância, uma parte da humanidade morre junto com ela".
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O novo presidente afirmou que a prioridade número um de seu governo será, novamente, o combate à fome, e repetiu uma frase que disse ao tomar posse em 2003, no seu primeiro mandato presidencial: "Vou governar para que cada brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias".
Trajetória de Lula
Nascido em Garanhus, no semiárido pernambucano, Lula migrou para São Paulo aos 7 anos de idade. Primeiro morou em Guarujá, na Baixada Santista, e depois se mudou para a Capital.
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Ele se tornou metalúrgico e, em 1975, foi eleito pela primeira vez como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.
Em março de 1979, sob sua liderança, 170 mil metalúrgicos pararam o ABC paulista, em grandes greves que mexerem com o governo militar. A repressão policial ao movimento grevista e a quase inexistência de políticos que representassem os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional fez com que Lula pensasse pela primeira vez em criar um Partido dos Trabalhadores.
Com visibilidade nacional, Lula fundou o PT em 1980, com outros sindicalistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e religiosas.
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Em 1984 participou, como uma das principais lideranças, da campanha das Diretas Já para a Presidência da República. Em 1986, foi eleito o deputado federal mais votado do País, para a Assembléia Constituinte.
Em 1989, na primeira eleição direta para o cargo desde 1960, ele buscou o cargo para a Presidência, e ficou em segundo lugar, atrás de Fernando Collor de Mello.
Em 1994 e 1998, Lula voltou a se candidatar a presidente da República e foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso.
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Em 2002, enfim, Lula conseguiu montar uma grande coligação e chegar ao cargo máximo do País. Ele tinha 57 anos.
Em 2006, Lula foi reeleito presidente da República com mais de 58 milhões de votos, a maior votação da história do Brasil.
E, em 2010, ele conseguiu eleger sua sucessora, Dilma Rousseff, que seria reeleita e depois sofreria um processo de impeachment em 2016.
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Lula foi alvo da Operação Lava Jato, que o levou para a prisão, por ordem do então juiz Sergio Moro, por 19 meses, entre 2018 e 2019, o que o impediu de concorrer ao cargo em 2018. Ele foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Após 580 dias de prisão, Lula foi solto em novembro de 2019, assim que o STF passou a considerar a prisão em segunda instância inconstitucional. O Supremo agora entende que os réus só podem ser presos quando não couber mais recursos.
Em 2021, o STF anulou as condenações por motivos técnicos e os processos prescreveram.
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Com a liberdade garantida, Lula consegue se eleger para o seu terceiro mandato, aos 77 anos. Ele será o presidente do Brasil pelo menos até 31 de dezembro de 2026.
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