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Cotidiano

Brasileiro chefia 1º transplante de rim de porco para humano; entenda

Cirurgia foi feita nos EUA; o avanço contribuirá para a diminuição da fila de espera para transplante de rim

Lucas Souza

21/03/2024 às 19:01

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Brasileiro chefia 1º transplante de rim de porco para um humano

Brasileiro chefia 1º transplante de rim de porco para um humano | Divulgação/Massachussets General Hospital

Um homem recebeu um rim de um porco geneticamente modificado no Massachussets General Hospital, em Boston, nos Estados Unidos. O procedimento nunca havia sido feito antes, e foi comandado pelo médico brasileiro Leonardo Riella. O anúncio foi divulgado nesta quinta-feira (21).

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A cirurgia representa um marco para a medicina e ajudará milhares de pacientes que esperam por um transplante de rim. O texto conta com informações do "G1".

"Toda semana, temos que retirar pacientes da lista de espera porque ficam muito doentes para fazer um transplante durante a diálise. A disponibilidade oportuna de um rim poderia dar a oportunidade a milhares de pessoas de obter um tratamento muito melhor para a insuficiência renal do que a diálise", disse Leonardo Riella, médico brasileiro que comandou o transplante ao "G1". 

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Richard Slayman, de 62 anos, foi o escolhido para realizar o transplante. Ele tem doença renal em estágio avançado e, segundo equipe médica, se recupera bem.

A pesquisa

Desenvolvida pelo hospital em parceria com a empresa eGenesis, a pesquisa para a implantação do órgão animal em humanos durou cinco anos para ser feita.

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O principal desafio para os pesquisadores era a resposta do sistema imunológico que, mesmo com as semelhanças entre o rim humano e o rim do porco, poderia rejeitar o tecido estranho.

A solução foi retirar os genes suínos que prejudicavam a resposta sistema imune e substituir por genes humanos. Em complemento, os cientistas inativaram um retrovírus endógenos de porco no doador, visando eliminar qualquer risco de infecção.

Com a resposta positiva, a equipe acionou o Food and Drug Administration (FDA), órgão de regulação norte-americano, que aprovou a realização do procedimento.

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A cirurgia

O transplante foi feito no último sábado (16) e durou cerca de três horas. Segundo os médicos, o resultado é promissor e o paciente deve receber alta nos próximos dias.

Em caso de recuperação total, a cirurgia ajudará os pacientes que esperam por um rim.

Riella é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School e estuda os mecanismos de regulação imunológica. Um dos seus objetivos é desenvolver novas terapias para promover a tolerância de órgãos transplantados.

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"Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos", afirmou.

O primeiro transplante renal

O transplante de rim de porco foi realizado 70 anos após o primeiro transplante renal e seis décadas após a criação dos medicamentos imunossupressores.

Segundo Riella, estamos à beira de um avanço monumental na área. "Só no MGH, há mais de 1.400 pacientes em lista de espera para transplante renal. Infelizmente, alguns destes pacientes morrerão ou ficarão doentes demais para serem transplantados devido ao longo tempo de espera na diálise”, disse.

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O procedimento pode ter um significado especialmente importante para pacientes negros, que, segundo estudo publicado no Journal of the American Society of Nephrology, são mais propensos a doenças renais mais graves. Richard, por coincidência, é negro.

O primeiro transplante de rim foi feito em 1954 pelo norte-americano Joseph Murray. No Brasil, no entanto, o primeiro transplante aconteceu em 1965, mais de uma década depois.

Espera por rim é a maioria na fila do transplante

“Quando sugeriram um transplante de rim de porco, explicando cuidadosamente os prós e os contras desse procedimento, eu vi isso não apenas como uma forma de me ajudar, mas também como uma forma de dar esperança às milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver”, disse Richard Slayman.

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Até a última quarta-feira (20), o Ministério da Saúde divulgou que 42 mil pessoas estão à espera de um órgão e, 92% da fila aguardam por um transplante de rim, cerca de 39 mil pessoas.

*Texto sob supervisão de Matheus Herbert

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