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Cotidiano

Dor nas costas foi a segunda causa de afastamentos do trabalho em 2021 no Brasil

Aumento do estresse e do sedentarismo durante a pandemia agrava quadros de problemas ortopédicos nos brasileiros

19/01/2022 às 11:20  atualizado em 19/01/2022 às 11:21

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Mais tempo em casa, com menos exercícios e bombardeados de informações sobre a pandemia podem resultar em dor nas costas

Mais tempo em casa, com menos exercícios e bombardeados de informações sobre a pandemia podem resultar em dor nas costas | Belchonock/Deposit.com

Ainda sofrendo as consequências da pandemia do novo coronavírus, a população precisou se adaptar a um novo estilo de vida, seja para trabalhar ou estudar. O home office e o home schooling continuaram sendo alternativas para a rotina de muitos estudantes e profissionais. Entretanto, o longo período sentado em frente ao computador, associado ao estresse e sedentarismo impostos pelo cenário mundial por quase dois anos, fizeram com que muitos desenvolvessem uma má postura, trazendo graves riscos à saúde, como problemas de coluna, desconfortos e dores acentuadas e, quando não cuidado da forma correta pode prolongar para toda a vida.

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De acordo com o Ministério do Trabalho, entre janeiro e julho de 2021, mais de 55 mil trabalhadores pediram afastamento do trabalho devido a problemas na coluna. Foi a segunda maior causa de licenças no ano passado, perdendo somente para dispensas por Covid-19, que totalizaram no mesmo período mais de 68 mil casos. Em 2018, as dores na coluna ocupavam a quinta posição no ranking de afastamentos computados pelo Ministério do Trabalho.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população já teve ou terá dor na coluna pelo menos uma vez na vida. Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health revelou que 23,5% das pessoas que estavam em trabalho remoto se queixavam de dores cervicais e 41% de dores lombares. 

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De acordo com a médica ortopedista Marcella Rodrigues, a forma como a pessoa senta pode estar trazendo dor. Além disso, ficar longos períodos sentado também pode ser prejudicial para a coluna. “Vale lembrar que ficar sentado por mais de 4 horas direto pode representar um risco para seus músculos e ossos”, ressaltou.

A especialista lembra que a 1ª causa de incapacidade para o trabalho em pessoas com mais de 45 anos é a dor lombar. A lombalgia é um problema de saúde pública e afeta até 85% das pessoas no decorrer da vida. “Um estudo realizado pela Universidade de Liverpool John Moores constatou que o fluxo sanguíneo cerebral cai quando as pessoas permanecem sentadas durante quatro horas seguidas. Com a popularização do home office, esse estilo de vida mais sedentário se tornou comum. Muitas pessoas passam 90% do tempo sentadas”, completou.


Oito causas de dor nas costas:

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Dor muscular (postura ou sedentarismo)
Fratura (vértebra quebrada por trauma ou doença local como osteoporose)
Tumor (câncer primário ou metástase)
Deformidades da coluna (escoliose geralmente não causa dor mas precisa ser investigada)
Espondilolistese (escorregamento de uma vértebra sobre a outra)
Artrose (desgaste)
Hérnia de disco
Infecção (ou discite)

Dicas para aumentar sua produtividade e diminuir dores pelo corpo:
• Monitor: olhos ao nível do centro da tela
• Nunca passe mais de 4h sentado sem pausa.
• Mouse: o tamanho deve ser compatível à mão do usuário e que tenha um apoio confortável para o punho
• Teclado: é recomendado que tenha uma leve inclinação para mantar o punho neutro(reto)
• Organize sua mesa! Na região da sua mesa mais próxima à você deixe os objetos que usa com mais frequência.
• Devemos sentar sobre todo o assento da cadeira
• Mantenha os pés apoiados no chão ou no apoio de pés. Observe se suas pernas estão formando um ângulo de 90° entre o tronco, quadril e joelhos

Rodrigues lembra de um estudo realizado por pesquisadores noruegueses com mais um milhão de pessoas, publicado em 2016, na Revista LANCET, que indica “exercícios com mais de 60 min/dia (caminhada acima de 5,6km/h e bike acima de 12km/h) são atenuantes dos riscos de mortalidade, mas não são capazes de reduzir o impacto negativo do excessivo tempo de comportamento prioritariamente sedentário no trabalho, em casa ou lazer (mais que 10 h/dia)”

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