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Cotidiano
Nesta quarta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não participará da posse do novo presidente do Chile, Gabriel Boric
12/01/2022 às 13:52 atualizado em 12/01/2022 às 13:56
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Presidente faltou à oitiva que havia sido marcada por Alexandre de Moraes, e alegou 'direito de ausência' | Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (12), que não vai participar da posse do novo presidente do Chile, Gabriel Boric. Os atos de transmissão de poder estão programados para 11 de março.
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"Não vou entrar em detalhes, porque eu não sou de criar problemas nas relações internacionais. O Brasil vai muito bem com o mundo todo. Você vê quem vai na posse do novo presidente do Chile [Boric]. Eu não irei, vê quem vai", disse Bolsonaro, durante entrevista ao site Gazeta Brasil.
Ele ainda comparou a situação com o jantar promovido em São Paulo pelo grupo Prerrogativas em dezembro. Participaram do evento o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022, e o ex-governador Geraldo Alckmin, que pode ser vice do petista.
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"É igual aquele jantar em São Paulo, o jantar da democracia patrocinado pelo Lula e Alckmin. Olha aquelas pessoas que estavam presentes. Parecia um saidão de cadeia".
Líder dos protestos estudantis de 2011, o líder de esquerda Boric foi eleito presidente do Chile em dezembro, ao derrotar o ultradireitista José Antonio Kast, candidato de apreço do bolsonarismo.
Bolsonaro só cumprimentou Boric pela vitória quatro dias depois após o anúncio do resultado. Numa live nas redes sociais, ele se referiu ao chileno como o "tal do Boric" e disse que havia determinado ao Itamaraty fazer os cumprimentos formais ao vencedor. No início da mesma noite, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota felicitando o novo presidente.
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Na terça (11), o jornal Folha de S.Paulo mostrou que o governo Bolsonaro não pretende enviar nenhum representante para a posse da esquerdista Xiomara Castro em Honduras, no final do mês. Ela foi eleita presidente do país da América Central em novembro. Dessa forma, a presença do país nos atos em Tegucigalpa deve ser apenas protocolar, limitada ao embaixador, Breno da Costa.
Interlocutores ouvidos pela reportagem destacam que o caso do Chile é diferente. Trata-se de um dos países mais importantes da América do Sul, destino no ano passado de quase US$ 7 bilhões em exportações brasileiras. A expectativa entre aliados é que Bolsonaro escale ao menos seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), para prestigiar a posse do novo presidente chileno.
Bolsonaro tem um histórico de ignorar posses presidenciais de presidentes de esquerda na região.
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Em novembro de 2020, na cerimônia de início de mandato de Luis Arce na Bolívia, o Brasil esteve representado apenas pelo embaixador em La Paz, Octávio Côrtes.
Houve atritos também com o principal parceiro comercial do Brasil no continente. Em dezembro de 2019, após ameaçar não despachar emissário ou se fazer representar pelo então ministro da Cidadania, Osmar Terra, o presidente escalou Mourão para comparecer à posse de Alberto Fernández na Argentina.
Tanto no caso boliviano como no argentino, o Itamaraty era comandado por Ernesto Araújo, um dos principais expoentes da ala ideológica do governo. O substituto, Carlos França, atuou para que o Brasil enviasse representantes para a posse no Peru de Pedro Castillo, também de esquerda. Na ocasião, ele acompanhou Mourão na delegação.
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