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Cotidiano
Hoje há mais de 20 milhões de brasileiros que passam fome, e esse número não para de crescer; em outro extremo há uma produção de alimento sem igual
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Voluntários entregam marmitas e cobertores a moradores em situação de rua na cracolândia | Gustavo Luizon/Mangueio
Em 2014,o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-OCDE, órgão internacional com mais de 37 países participantes, apontava que o Brasil estava saindo do mapa da fome mundial. Já em 2015 uma grave crise econômica assolou o país, somado a uma crise política que redundou na saída de Dilma Rousseff da presidência, criando um cenário de instabilidade econômica. Não bastassem os problemas internos, em 2020, a pandemia do novo coronavírus agravou as economias por todo o globo, e Brasil não ficou isento, dessa forma recrudesceu a questão da subnutrição extrema.
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Segundo a Agência Brasil, hoje há mais de 20 milhões de brasileiros que passam fome, e esse número não para de crescer. Cerca de 10% da população não está ingerindo alimentos mínimos para sua subsistência, mas em outro extremo há uma produção de alimento sem igual. Soja, milho, proteína animal e cana de açúcar figuram como as maiores commodities brasileiras.
O Agronegócio expandiu de maneira exponencial. É uma contradição apresentar os números teratológicos de nossa produção agrícola e pecuária, e no mesmo quadro desenhar o paradoxo da fome que assola muito nossos pátrios. O latifúndio é uma marca nacional, pois desde os primórdios de nossa história a monocultura agrícola foi prevalente. É fato que o modelo do agribusiness é lucrativo, mas possui seus dilemas, como o uso de agrotóxicos em larga escala e com a automatização, poderá não colaborar com o aumento de pessoas empregadas.
A equação não fecha, pois possuímos fazendas de alimentos de alta produtividade, mas o brasileiro passa necessidade diária. Fome, meio ambientee produção agrícola são temas carecem de maior debate.O próximo presidente precisa colocar tudo na “balança” e identificar qual asolução para essa equação, pois quem tem fome, tem pressa.
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*Célio Egidio é advogado. Doutor em Direito pela PUC/SP. Tenente Coronel da Reserva da Polícia Militar. Diretor acadêmico da empresa Cursos Premium.
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