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Cotidiano
André Marinho, filho de empresário que custeou a campanha de Bolsonaro, questionou o presidente sobre a ''rachadinha''
27/10/2021 às 15:29 atualizado em 27/10/2021 às 15:30
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Bolsonaro | Marcos Corrêa/PR
Nesta quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro abandonou uma entrevista ao programa Pânico na Jovem Pan, após ser questionado sobre a ''rachadinha''.
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O desentendimento começou porque Marinho havia perguntado antes, sem citar o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), se quem pratica rachadinha deveria ser preso.
Já irritado, o presidente disse que não iria responder nem cair em provocação. Bolsonaro participava da entrevista por vídeo, de Manaus.
Bolsonaro PERDEU A LINHA após uma pergunta do @AndreMarinho no Pânico kkkkkkkkkkkkkkkk
Tigrão com humorista, tchutchuca com o STF pic.twitter.com/FgplxOG9Zh
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O presidente afirmou ainda que o pai do comediante, o empresário Paulo Marinho, estaria interessado no cargo do senador.
"Marinho, você sabe que eu sou presidente da República e eu respondo sobre os meus atos, tá ok? Então não vou aceitar provocação tua, você recolha-se aí ao teu jornalismo, não vou aceitar", disse Bolsonaro.
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O teu pai é o maior interessado na cadeira [no Senado] do Flávio Bolsonaro. O teu pai quer a cadeira do Flávio Bolsonaro..."
Paulo Marinho é suplente de Flávio Bolsonaro e foi um dos principais apoiadores do presidente em 2018. Depois, rompeu com o clã e se filiou ao PSDB.
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No ano passado, em entrevista ao jornal ''Folha de S.Paulo'', disse que o senador soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu a ele e Fabrício Queiroz, seria deflagrada.
Flávio foi acusado pelo Ministério Público fluminense de operar um esquema de devolução de salários em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em agosto, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinou a suspensão da investigação contra o senador, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz e outros 15 investigados no caso.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 do presidente, também é investigado pelo Ministério Público do Rio por suspeita de "rachadinha".
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A insistência de Marinho para que Bolsonaro respondesse à pergunta sobre rachadinha levou a um bate-boca com o comentarista Adrilles Jorge. Bolsonarista, ele havia feito um questionamento anterior a Bolsonaro sobre como o mandatário consegue "enfrentar onda gigantesca de desinformação" contra ele da "hegemonia narrativa progressista".
"O PT não pode voltar, então por favor responda a pergunta, cara, que eu te fiz. Você só quer pergunta de bajulador?", disse André Marinho a Bolsonaro. Ele ainda debochou da recente fala em que o presidente disse por vezes chorar sozinho no banheiro.
"O meu pai não chora no banheiro não", afirmou o comediante.
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Visivelmente irritado com a situação, o chefe do Executivo ameaçou abandonar a entrevista, mas seu áudio estava desligado no programa. Foi possível ouvir o que ele disse na transmissão feita pelo Facebook de Bolsonaro.
"Olha só, se o Marinho entrar novamente... Atenção, se o Marinho entrar novamente eu vou embora. Se o Marinho entrar na tela mais uma vez eu vou embora. Se o Marinho entrar na tela mais uma vez eu vou embora. Acabou", disse o presidente, ao se levantar e deixar a tela.
A saída de Bolsonaro causou desconforto entre os participantes e Marinho foi acusado pelo apresentador Emílio Surita de querer "lacrar" no programa. Ele se queixou de que a entrevista, que ocorre na estreia da TV da Jovem Pan, vinha sendo negociada durante a semana e se desculpou à audiência.
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A entrevista interrompida foi a segunda de Bolsonaro para a Jovem Pan nesta quarta-feira. Mais cedo, criticou ação que pede cassação de sua chapa com Mourão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse que a Petrobras só dava dor de cabeça.
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