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Cotidiano

Pesquisa indica queda da anemia em crianças de até 5 anos

Prevalência caiu de 20,9% em 2006 para 10,1% em 2019

Matheus Herbert

20/10/2021 às 10:38

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Merenda escolar servida em unidades de ensino da rede pública do estado de São Paulo

Merenda escolar servida em unidades de ensino da rede pública do estado de São Paulo | Chico Valdiner/Arquivo Secom

A prevalência de anemia em crianças brasileiras de 6 meses a 5 anos caiu de 20,9% para 10,1% entre 2006 e 2019, segundo dados divulgados na terça-feira (19) no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019). A redução ocorreu em todas as regiões brasileiras, com a exceção da Norte, onde a prevalência subiu de 10,4% em 2006 para 17% em 2019.

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A coordenadora do eixo micronutrientes do Enani e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Inês Rugani, afirma que a prevalência de 10,1% caracteriza a anemia como um problema de saúde pública leve, segundo parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para deixar de ser considerado problema de saúde pública, o percentual precisa ser menor que 5%.

O estudo também mapeou a deficiência de vitamina A nas crianças de 6 meses a 5 anos e constatou uma prevalência de 6% no Brasil, o que representa uma redução em relação aos 17,4% registrados em 2006, na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde.

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Com a queda, o percentual nacional saiu da zona de problema de saúde pública moderado (10% a 20%) e passou a ser considerado um problema leve (2% a 10%). A deficiência de vitamina A foi maior no Centro-Oeste (9,5%), Sul (8,9%) e Norte (8,3%).

A pesquisadora da UFRJ afirmou que é importante aprofundar o conhecimento sobre as desigualdades regionais e locais com novas pesquisas. "Os dados parecem indicar que a gente está em um momento em que podemos começar a trabalhar com a focalização de grupos mais vulneráveis", avaliou.

Outros micronutrientes foram avaliados pela primeira vez em âmbito nacional, como a vitamina B12. Nesse caso, a prevalência da falta da vitamina foi de 14,2% no Brasil, chegando a 28,5% na Região Norte.

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O coordenador nacional do Enani-2019, Gilberto Kac, destaca que esse micronutriente reflete desigualdades socioeconômicas e um cenário de insegurança alimentar.

"As fontes de vitamina B12 são exclusivamente alimentos de origem animal, principalmente – carne bovina, suína, fígado, vísceras e peixes. A dificuldade de acesso a esses alimentos pode estar relacionada à alta prevalência de deficiência de vitamina B12 nessa faixa etária", analisa Kac em texto divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das instituições participantes do projeto.

A deficiência de vitamina D teve prevalência calculada em 4,3% para o Brasil. Nesse caso, os menores percentuais foram 0,9% no Nordeste e 1,2% no Norte, enquanto o maior foi de 7,8% no Sul. Também foram apresentados dados para a deficiência de zinco, que teve prevalência de 17,8% no Brasil, abaixo do limite de 20% que configura um problema de saúde pública.

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A pesquisa incluiu 12,5 mil domicílios e conseguiu coletar amostras de sangue de 8,8 mil crianças de 6 a 59 meses de idade. Também foram realizadas entrevistas com as famílias.

A coordenadora-geral de alimentação e nutrição no Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, ressaltou a importância da pesquisa para as políticas públicas e afirmou que o consumo dos dados pela gestão é imediato.

"A prioridade, do ponto de vista de política pública, é a alimentação saudável das crianças. Esse é o objetivo. No entanto, enquanto persistirem as carências, temos os programas de suplementação", afirmou.

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"A decisão que a gente já aprimorou, olhando para a Região Norte, identificando essa vulnerabilidade, é intensificar a ação por meio do NutriSUS [Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) em Pó] . Nesta sexta-feira, a equipe está indo para o Amazonas, para a intensificação do NutriSUS, que ia acontecer na escola e vai acontecer na atenção primária."

A pesquisadora da Universidade de São Paulo Marly Cardoso participou da transmissão ao vivo do lançamento da pesquisa e elogiou o trabalho, mas lembrou que os dados são de 2019 e refletem um período anterior à pandemia de covid-19. "Esses resultados refletem o antes da pandemia e a década anterior de ações de atenção e cuidado nutricional e a saúde infantil. A gente está diante de um outro cenário que exige cautela".

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