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Cotidiano
Apresentação do relatório, prevista para o final desta semana, deve ficar para mês de outubro
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Antes da sessão, Renan ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de 'serial killer' | Edilson Rodrigues/agência senado
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta segunda-feira (20) que a apresentação do relatório à comissão, inicialmente prevista para o fim desta semana, deve ser adiada para o início de outubro.
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Segundo ele, isso acontecerá em função de "desdobramentos óbvios dos últimos dias". Na última sexta (17), a Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão de documentos em endereços da Precisa Medicamentos, uma das empresas investigadas pela CPI por supostas irregularidades na negociação de vacinas com o governo federal. Além disso, uma reportagem da GloboNews revelou um dossiê assinado por médicos da Prevent Senior afirmando que a operadora de saúde ocultou mortes de pessoas tratadas com hidroxicloroquina contra a covid-19.
Esses acontecimentos, segundo Calheiros, devem prolongar os trabalhos da comissão por mais uma ou duas semanas, para que pelo menos mais seis depoimentos sejam realizados pela comissão. Pedro Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior, seria ouvido pela comissão na última quarta (16), mas afirmou não ter sido avisado a tempo e faltou ao depoimento.
Com isso, a oitiva deve ser realizada nesta quarta-feira (22). "A partir de quinta-feira, estaremos em condições de apresentar a qualquer momento o relatório à conclusão da CPI. Mas há um esforço, e é preciso reconhecê-lo, em função de desdobramentos óbvios dos últimos dias, de que nós podemos ter mais uma ou duas semanas de trabalho. Nessas condições, nós só vamos apresentar o relatório depois do último depoimento", disse o relator da comissão.
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Calheiros, que participou do UOL Entrevista comandado por Fabíola Cidral e pelos colunistas Josias de Souza e Leonardo Sakamoto, reforçou que o relatório estará pronto a partir desta quinta-feira (23), mas que "com certeza" sua leitura não será realizada nesta semana. "Por enquanto, estamos acessando as últimas informações e ainda vamos colher os depoimentos".
O senador também adiantou que o relatório final não deve trazer novidades no que diz respeito às suspeitas apresentadas pelo ex-governador do Rio Wilson Witzel de que o verdadeiro "dono" dos hospitais federais do Rio de Janeiro seria o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). "O relatório final só deixará para investigação essas circunstâncias dos hospitais do Rio de Janeiro, que nos foi levado pelo ex-governador do Rio de Janeiro. É uma investigação muito complexa porque são muitos sigilos, muitos personagens, muitas empresas, uma coisa feita aparentemente há muitos anos", disse Calheiros. "Provavelmente não vamos ter tempo de concluir essa investigação da forma que nós gostaríamos, mas concluiremos todas as demais", declarou ainda o senador.
Caso Covaxin Na entrevista, o senador também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de corrupção no caso da tentativa de compra da vacina indiana Covaxin. Para Calheiros, o presidente ainda prevaricou em relação às denúncias na negociação da vacina pelo Ministério da Saúde. "O detalhamento da investigação, as circunstâncias, os elementos probantes, tudo isso leva a crer que ele [Bolsonaro] terá que ser responsabilizado sim por crime de corrupção e que isso deverá constar do relatório [da CPI]", disse.
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Queiroga é 'Pazuello de jaleco' Em referência ao ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, Calheiros declarou que o atual ministro Marcelo Queiroga é "uma espécie de Pazuello de jaleco". Segundo o senador, Queiroga também deverá ser apontado no relatório final da CPI "Sua presença no ministério significou em, português claro, uma contradição. Tanto que em vários momentos da CPI brinquei que ele tinha se transformado em uma espécie de Pazuello de jaleco, em função das maneiras como aceitava as loucuras sugeridas pelo Bolsonaro", disse Calheiros.
"Uma delas foi a suspensão das vacinas para adolescentes, a partir de mentiras, e ele próprio reconheceu que tinha aceitado uma sugestão do presidente da República, o que agrava muito mais a sua situação".
Aras não deve engavetar relatório O senador afirmou ainda que sua expectativa é de que o procurador-geral da República, Augusto Aras, dê um "encaminhamento justo" ao relatório final da comissão e, portanto, não "engavete" os pedidos a serem apresentados no texto, que deve apontar uma série de crimes supostamente cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia.
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Em meio a críticas e acusações de um suposto alinhamento com Bolsonaro, Aras foi recém reconduzido ao cargo pelo Senado. Desafeto de Bolsonaro e relator da CPI da Covid, Calheiros foi um dos senadores que defendeu a recondução do procurador. Apesar disso, ele negou que haja um "paradoxo" entre seu posicionamento e os trabalhos da comissão.
"A expectativa que eu tenho não é essa [de engavetamento], e por isso acho que não estamos vivendo esse paradoxo ainda. A expectativa que temos é de que ele dará um encaminhamento justo. Não teríamos votado pela sua recondução se houvesse alguma dúvida com relação à possibilidade desse encaminhamento justo", declarou.
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