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Cotidiano
Lobby das distribuidoras tenta não permitir que o povo tenha a liberdade de gerar a própria energia, mesmo com possibilidade real de racionamento
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Aneel reajusta a bandeira vermelha na conta de luz em 52%, e valor do kW/h vai para R$ 9,49 em julho | Burak K/Pexels
Qualquer semelhança não é mera coincidência: o famoso "7 x 1" que amargamos da Alemanha, em 2014, se repete novamente a cada dia. Explico: enquanto o Brasil fechou o ano de 2020 com 7,8 GW em energia solar, a Alemanha atingiu a marca de 53,7 GW, ou seja, 7 GW por lá a cada pífio 1 GW por aqui em solo brasileiro.
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O mais incrível é que a melhor região para se gerar energia na Alemanha produz menos do que a pior região no Brasil.
Além do maior poder econômico do país europeu, também temos que destacar, em desfavor do Brasil, a nossa insegurança jurídica. Por aqui, a geração nos telhados, embora corresponda a quase 2/3 de toda produção de eletricidade solar, ainda não conta com uma lei para dar segurança jurídica ao setor. Mas por quê? Por que vivemos esse imbróglio?
Desde 11 de março desse ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, vem colocando e tirando da pauta de votação, o PL 5829/2019, que visa criar o marco legal desse tipo de geração no Brasil.
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O lobby das distribuidoras tenta convencer os deputados, um a um, a não permitir que o povo tenha a liberdade de gerar a própria energia, mesmo em período de pandemia e com possibilidade real de racionamento.
Vamos agora comparar o setor elétrico brasileiro a um condomínio: se alguém o deixa, a conta fica mais cara para os demais? Não! Explico.
O setor elétrico do Brasil é um condomínio que não para de crescer. Em 2012, éramos 72 milhões de consumidores. Hoje somos mais de 87 milhões.
Nesses anos, 660 mil dos consumidores passaram a gerar a própria energia (menos de 1%).
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Para cada 1 que “saiu do condomínio”, entraram 23. Sua conta diminuiu nesse período?
A resposta é não. Sua tarifa aumentou mais que o IPCA.
Pelo mesmo motivo que sua conta não diminui quando o número de consumidores aumenta, ela não aumenta quando o número de consumires diminui.
Entre 2011 e 2020, o número de unidades consumidoras sem GD aumentou 22,5% e sua conta aumentou 69%. Então o que faria ela diminuir?
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O que define o valor da sua fatura é a mesma lei que define o preço de qualquer coisa: a da oferta e procura. Quanto menos energia disponível, mais cara ela fica (a ANEEL declarou que o custo da bandeira vermelha vai subir 20% em função da falta de chuvas).
Quanto mais energia disponível (ex.: via geração nos telhados), temos mais oferta e menos procura: a energia fica mais barata para todos. O INEL calculou que a solar poderá baratear a conta de todos em 3,5%, dentro de 10 anos.
Seu condomínio custa caro?
Peça para seu síndico colocar energia solar.
Ele vai ajudar o condomínio a ser mais verde, eficiente, limpo. Vai gerar energia quando o Brasil mais precisa e vai tornar a conta de todos mais barata. Não há nada tão eficiente quanto gerar no local de consumo. Ele ainda vai contribuir com os 200 mil empregos já gerados e permitir que Brasil produza energia, faça chuva ou faça sol.
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*Tássio Barboza é Mestre em Energia Solar Fotovoltaica – IES-ETSIT-UPM (Madrid, Espanha),
Secretário-Adjunto de Assuntos Técnicos INEL – Instituto Nacional de Energias Limpas,
Diretor Técnico da ABS – Associação Baiana de Energia Solar,
Consultor do CCEC - Conselho de Consumidores de Energia da Coelba entre 2018-2020,
Engenheiro Eletricista pela UFBA e hoje integra o Movimento + Brasil Solar.
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