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Cotidiano

Ex-secretário reforça à CPI descaso federal em crise no Amazonas

Marcellus Campêlo evitou contrariar a fala de Pazuello, mas reconheceu que ficaram sem respostas ofícios para o ministério para tratar do assunto

Bruno Hoffmann

15/06/2021 às 16:18

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Marcellus Campêlo durante depoimento na CPI da Covid-19 na tarde desta terça-feira

Marcellus Campêlo durante depoimento na CPI da Covid-19 na tarde desta terça-feira | /Wallace Martins/Futura Press/Folhapress

Em depoimento à CPI da Covid do Senado nesta terça-feira (15), o ex-secretário de Saúde Marcellus Campêlo (Amazonas) afirmou a ênfase no tratamento precoce em missão Ministério da Saúde do estado durante a crise provocada pela segunda onda da pandemia do novo coronavírus no início deste ano.

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O ex-secretário evitou contrariar a fala do ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde) sobre a data em que o governo federal foi informado sobre problemas no fornecimento de oxigênio no Amazonas, mas reconheceu que ficaram sem respostas ofícios para o ministério para tratar do assunto.

Campêlo prestou depoimento nesta terça-feira para explicar omissões no enfrentamento à pandemia no estado. Os senadores também exploraram o papel do governo federal para lidar com a segunda onda da pandemia, em particular a adoção do tratamento precoce e a omissão na compra de oxigênio.

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Os membros do grupo majoritário da CPI, formado por senadores independentes e oposicionistas, acreditam que Manaus foi usado como um "laboratório" para o tratamento precoce, com base na hidroxicloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid.

O Ministério da Saúde enviou uma missão nos primeiros meses de janeiro para o estado, que era chefiada pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro, que passou a ser chamada de "Capitã Cloroquina", por sua defesa do medicamento em eficácia comprovada para o tratamento da Covid.

"Estivemos juntos com o governador participando dessa reunião, com a presença da imprensa e vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce, relatando um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente, chamava-se TrateCov", afirmou o ex-secretário do Amazonas.

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"A visita da doutora, no dia 4, tinha um enfoque muito forte e firme no tratamento precoce. Foi uma reunião gravada, uma reunião aberta, inclusive, à imprensa, onde ela falava isso e falava de um sistema chamado TrateCov a que, depois, nós teríamos acesso", completou Campêlo.

O TrateCov é um dos focos de investigação da CPI, pois a plataforma sugeria, por exemplo, tratamento com hidroxicloroquina mesmo para crianças. Pazuello e Mayra Pinheiro relataram que a plataforma foi roubada.

senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) apontou que no dia 8 de janeiro, dias após a missão chefiada por Mayra Pinheiro, 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina foram enviados ao estado. O secretário, no entanto, afirmou que se tratava de medicamento para ser distribuído aos municípios e que o estado não adotou oficialmente esse tipo de tratamento.

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O ex-secretário também confirmou parcialmente a versão dada por Pazuello sobre a data em que o governo federal foi informado sobre o colapso no fornecimento de oxigênio.

À CPI o ex-ministro afirmou que teve uma conversa com Campêlo na noite do dia 7 de janeiro, mas que na ocasião apenas lhe foi pedido auxílio logístico para o transporte de oxigênio.

"No dia 7 à noite, ele não me falou nada de colapso de oxigênio. Foi a solicitação de transporte, a logística de Belém para Manaus, que foi feita no dia 8 e 10", disse Pazuello à CPI, acrescentando que apenas na noite do dia 10 tomou conhecimento que havia um problema.

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Investigado por possíveis omissões, o ex-secretário mantém a versão de que esperava uma balsa com carregamento de oxigênio no dia 9 e que só quando ela não se concretizou é que se deu conta do problema.

Nenhum senador questionou por que ele havia pedido apoio logístico ao governo federal se havia uma programação de entrega da empresa White Martins.

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