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Cotidiano
Tragédia que ocorreu no dia 27 de janeiro de 2013 resultou em 242 mortes e 636 feridos
27/01/2021 às 14:27
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O incêndio de boate em Santa Maria comoveu o País e gerou grande repercussão internacional | /Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo
O incêndio da boate Kiss completa oito anos nesta quarta-feira (27). A tragédia, que aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2018, resultou na morte de 242 pessoas e 636 feridos. O incêndio comoveu o País e gerou grande repercussão internacional, porém os réus do caso ainda aguardam o júri popular, que não tem data para acontecer.
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No processo criminal, com mais de 85 volumes, os réus são: Marcelo de Jesus dos Santos (músico vocalista da banda Gurizada Fandangueira); Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor e auxiliar de palco); Mauro Londero Hoffmann (sócio da boate) e; Elissandro Calegaro Spohr (sócio da boate). Eles respondem por homicídio simples (consumado 242 vezes, por causa do número de mortos) e por 636 tentativas de homicídio, de acordo com o número de feridos.
Em março do ano passado, Elissandro, Mauro e Marcelo conseguiram que o julgamento pelo júri popular fosse transferido da comarca de Santa Maria para um foro na capital, Porto Alegre. Em seguida, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) opinou para que Luciano Bonilha também tivesse o desaforamento concedido, embora ele não tivesse requisitado a medida. Dessa forma, todos os réus poderão ser julgados numa única data e pelo mesmo júri. Entre os argumentos para pedir o desaforamento do caso, os réus alegaram dúvida sobra a parcialidade dos jurados em Santa Maria, por causa da comoção da tragédia, e o ambiente mais distante e controlado da Justiça de Porto Alegre.
Agora, o processo aguarda a designação de um juiz titular para a Vara, já que a magistrada que ocupa atualmente o posto, Taís Culau de Barros, assumirá novo cargo no Tribunal de Justiça do estado (TJ-RS) a partir de fevereiro. Só depois que um novo juiz da 1ª Vara for definido é que a data e o local do julgamento serão definidos.
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Sobrevivente
Uma das sobreviventes, a terapeuta ocupacional Kelen Ferreira relatou em entrevista à “TV Globo”, como costuma ser difícil o primeiro mês do ano. "Todo janeiro, principalmente na semana do dia 27, passa um filme na cabeça. Porque eu lembro também das minhas amigas que morreram, eu perdi três amigas, eu lembro de tudo o que aconteceu dentro da boate", disse.
Kelen ficou 78 dias internada no hospital. Desses, 24 foram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 15 em coma.
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"Quando cheguei na porta, vi que era fogo, porque a fumaça começou a dificultar minha respiração e começou a queimar meus braços. Virei para tirar a sandália, acabei tirando a sandália do pé esquerdo, do direito acabou ficando, o que ocasionou, futuramente, faltou circulação no meu pé, foi o motivo que tive que amputar", relatou.
Incêndio
O incêndio na boate Kiss ocorreu por volta das 2h30, quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia uma apresentação ao vivo, acendeu um sinalizador de uso externo dentro da casa noturna, e faíscas do artefato acabaram incendiando a espuma que fazia o isolamento acústico do local. A queima da espuma liberou gases tóxicos, como o cianeto, que é letal. A fumaça tóxica matou, por sufocamento, a maior parte das vítimas. Além disso, a boate não contava com saídas de emergência adequadas, os extintores eram insuficientes e estavam vencidos. Parte das vítimas foi impedida por seguranças de sair da boate durante a confusão, por ordem de um dos donos, que temia que não pagassem as contas.
Homenagens
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Às 2h30 desta quarta-feira, horário que ocorreu o incêndio há 8 anos, uma sirene tocou na Rua dos Andradas, local onde ficava a boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Todo dia 27 de janeiro é marcado por homenagens às vítimas. Este ano, por causa da pandemia, a homenagem organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria será virtual.
Desde a semana passada, homenagens estão sendo feitas. Uma delas foi a pintura da fachada do prédio onde funcionava a boate. As paredes foram pintadas de preto e estampada a frase "oito anos de impunidade".
*Com informações da Agência Brasil
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