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Aumento do uso do home office na pandemia pode ter influenciado número de crimes virtuais | /Sepy
Os ataques virtuais são crimes que preocupam autoridades de todo o mundo. Neste ano, de janeiro a setembro, o Brasil sofreu mais de 3,4 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, e um total de 20 bilhões em toda a América Latina e Caribe, de acordo com dados coletados pela Fortinet, empresa de segurança cibernética.
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No País, os ciberataques têm ocorrido em sistemas particulares e do governo. Recentemente, um grupo de hackers expôs dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em links para download e tentou invadir o sistema de totalização de votos do Tribunal no primeiro turno das eleições municipais.
O aumento do uso de redes acessadas em home office, devido à pandemia da Covid-19, pode ter influenciado no número elevado de crimes cibernéticos neste ano, conforme explica José Antonio Milagre, advogado e perito especializado em Direito Digital e Crimes Cibernético.
“Tivemos um aumento de crimes cibernéticos contra o patrimônio a partir do momento em que profissionais tiveram que trabalhar em home office, sem que a empresa tivesse um programa de segurança em teletrabalho. Resultado, muitos golpes, fraudes e códigos maliciosos que infectaram não só o computador do empregado, mas a rede da empresa. O aumento das reuniões e atividades on-line, diante do distanciamento, também fomentou novas abordagens. Recebemos notificações de golpes do leilão, invasão de reuniões sigilosas e até transferências indevidas de valores a partir da invasão a contas bancárias”, esclarece o advogado.
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Questão de segurança.
Segundo Relatório de Ameaças à Segurança na Internet (ISTR, na sigla em inglês), o Brasil foi o sétimo país que mais gerou ciberataques no mundo em 2017. Para José Antonio, punições brandas e carência de profissionais para investigar os crimes cometidos são alguns dos fatores que contribuem para que o País venha despontando como um dos principais países em números deste tipo de crime. Além disso, o advogado destaca que o Brasil pode ter prejuízos caso não priorize a segurança virtual.
“Crime cibernético é um assunto sério e que não tem a atenção devida dos governos. As principais entidades que hoje atuam no combate foram criadas pela iniciativa privada, como o IDCI – Instituto de Defesa do Cidadão na Internet, onde prestamos apoio técnico e emocional às vítimas, educamos e realizamos pesquisas sobre a área, para alertar a governos e autoridades. Um país sem segurança cibernética é um país inseguro para se investir em negócios, cada vez mais assentados na tecnologia. O Brasil precisa tratar esta questão como prioritária”, diz.
Projeto de Lei
Na última semana, o deputado Célio Studart (PV-CE) apresentou um projeto de lei que aumenta as penas previstas no Código Penal para crimes cibernéticos por fraude e invasão a dispositivo informático. De acordo com o texto, a ação com intuito de obter, adulterar, destruir dados ou informações ou instalar vulnerabilidade resultará em pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. Atualmente, a legislação prevê pena de detenção de três meses a um ano.
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O projeto ainda deverá ser colocado em pauta para votação na Câmara dos Deputados, o que não tem prazo para acontecer.
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