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Nutricionistas motociclistas dão dicas dos alimentos indicados e dos contraindicados para quem quer viajar de moto
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Ideal é que motociclista organize e planeje alimentação de cada parte do roteiro | Divulgação
Os cuidados com a alimentação devem estar sempre na rotina de quem gosta de pegar a estrada, especialmente se for pilotar uma motocicleta. Quase todos que pilotam já passaram por alguma experiência com os efeitos colaterais de uma escolha inadequada de alimentos ou líquidos em viagens.
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O ideal é que o motociclista organize e planeje a alimentação de cada parte do roteiro. Comer em paradas de beira de estrada, sem saber a procedência do alimento, pode acabar em indigestão ou em intoxicação.
Para tirar dúvidas e dar dicas sobre a alimentação de quem pretende viajar de moto e quer escapar dos problemas digestivos, nada como ouvir os especialistas. E os nutricionistas que, nas folgas, pilotam motocicletas em longas viagens são os verdadeiros craques no assunto.
Na opinião deles, algumas sugestões são comuns e há uma unanimidade: a alimentação de quem pilota é tão importante quanto a manutenção da moto.
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“É normal algum relaxamento nas escolhas durante os dias de lazer e a imersão em culturas alimentares de outros lugares. Porém, grandes mudanças podem ocasionar respostas inesperadas e indesejadas em nosso corpo. Nem sempre é possível encontrar as melhores opções em lanchonetes e restaurantes nas estradas”, diz Carlos Henrique “Kaike” Miotto, nutricionista de Campinas (SP), que pilota uma scooter Honda PCX.
Uma dica, segundo ele, é organizar e levar, sempre que possível, alguns snacks práticos, como barrinhas de cereais ou proteínas, mix de castanhas a granel, frutas, bolos integrais, sucos naturais, bebidas proteicas, café, sanduíche tipo natural (preferencialmente em bolsa térmica), doces tipo bananinha, mel em sachê e outros alimentos energéticos, pois os passeios longos exigem bastante da capacidade física.
"A cada parada é importante consumir um pouco de água, seguindo as recomendações diárias de dois a três litros”, ressalta o nutricionista.
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“Seus companheiros de viagem podem ser barrinhas de nuts, barrinhas de proteínas e as oleaginosas, como castanhas, amêndoas, nozes e sementes, além de frutas. Pequenos pacotes de amendoim são sempre fáceis de carregar e consumir. Sementes de girassol e de abóbora são como pequenos tesouros para manter a energia estável, podendo colocar tudo isso junto em um potinho ou saquinho. Eles não só oferecem proteínas e gorduras boas como também são perfeitos para um pit stop rápido, sem o risco de deixar a sensação de uma “pedra no estômago”. As pessoas não imaginam o poder da água. Mantenha uma garrafa de água sempre à mão e, em viagens prolongadas, considere bebidas isotônicas para repor eletrólitos. A água ajuda a manter a concentração, a energia e evita dores de cabeça” – Leonardo Reis, nutricionista do Rio de Janeiro (RJ), que pilota uma scooter Dafra Citycom 300.
“No dia da viagem, opte por alimentos de uso habitual. Não é o momento de experimentar iguarias ou alimentos que não fazem parte do seu hábito diário. Dê preferência por alimentos leves, como frutas, verduras, legumes e carnes grelhadas sem gordura, pois são de fácil digestão e evitam a sonolência após o almoço ou jantar. Faça as principais refeições com um volume menor e saia da mesa com a sensação de não estar totalmente saciado. Assim, evitará a sonolência ou o mal-estar. Tenha sempre na mochila um lanche rápido e água gelada ou congelada para eventuais emergências. Opte por amendoim salgado sem pele, castanha de caju, barrinhas de cereais, frutas como maçã, pera ou banana. Em viagens longas, é melhor fazer pequenos lanches durante as paradas para abastecimento e deixar as principais refeições para o local de destino. Com isso, a viagem será mais tranquila” – Dra. Virginia Siqueira, de São Paulo (SP), diretora da Associação Paulista de Nutrição (Apan), conselheira do Movimento Aceleradas e que pilota uma Suzuki Boulevard M 800.
“O ideal é preferir os alimentos leves e que não pesem no estômago ou dificultem a digestão. Uma proteína magra, de preferência que não tenha muita gordura, como filé de peito de frango, filé de tilápia, carnes bovinas magras como filé mignon, alcatra ou maminha. Vegetais cozidos como abobrinha, chuchu, cenoura, batata, brócolis e abóbora! Saladas bem variadas: alfaces de todos os tipos e cores, rúcula, agrião, tomate, cenoura, beterraba, tomate-cereja, almeirão e vagem. Maçã e banana são ideais para um lanche rápido ou uma pausa. É sempre importante levar uma garrafa de água para manter a hidratação. Sucos de frutas naturais também são uma opção” – Matheus Dias, nutricionista em Araraquara (SP), que pilota uma Honda SH 300i.
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“Alimentos muito gordurosos ou opções volumosas tendem a gerar um estado de relaxamento muito acentuado, causando aquela sensação de sono pós-refeição, o que não é interessante para quem viaja de moto. Em restaurantes e churrascarias, prefira os cortes magros de carnes e tente não passar do limite, saindo do local com a sensação de que comeu “além da conta”. Cuidado também com os famosos salgados tipo esfirras, coxinhas, croquetes ou enroladinhos de salsicha, porque podem estar “vencidos”. Se o local escolhido não tiver um aspecto confiável do ponto de vista sanitário, melhor evitar o consumo de alimentos in natura, como saladas cruas e preparos com molhos” – Kaike Miotto.
“A escolha dos alimentos e bebidas pode impactar a performance e o bem-estar na estrada mais do que se possa imaginar. Alimentos volumosos, ainda mais pesados e gordurosos, como frituras e pratos ricos em manteiga ou creme, demoram mais para serem digeridos. O corpo estará trabalhando para processar esses alimentos, o que pode levar a desconforto abdominal e sensação de peso, algo que não é ideal quando se está pilotando uma moto. Comidas ricas em gorduras e açúcares, como doces, refrigerantes e biscoitos recheados, podem causar picos e quedas nos níveis de glicose no sangue. Esse efeito pode levar a uma sensação de cansaço e sonolência, diminuindo sua atenção e energia. Bebidas alcoólicas, nem pensar! Mas até o cafezinho em excesso deve ser evitado. Embora um café possa ajudar no começo ou durante a viagem, exagerar na cafeína pode levar a tremores, irritabilidade e sensação de taquicardia” – Leonardo Reis.
“Comidas gordurosas, como carnes gordas, frituras, lanches à base de hambúrguer e queijos amarelos, necessitam de um processo mais longo para a digestão, causando alguns desconfortos, como sonolência, diminuição dos reflexos e da agilidade. Evite grãos (feijões, lentilha, grão-de-bico), repolho, cebola, brócolis, farinhas, batatas, massas e preparações à base de trigo. Esses alimentos podem provocar o aumento de gases, causando desconforto e cólicas abdominais. Alimentos ou temperos que não se tem o hábito de ingerir podem causar irritação gástrica, diarreias, vômitos e náuseas. Molhos e maionese são de fácil deterioração, o que pode ocasionar desconforto gastrointestinal. Evite o excesso de alimentos ricos em açúcar e cafeína (café, chocolate, mate e energéticos), que tendem a levar a picos elevados de energia e quedas abruptas desses níveis” – Dra. Virginia Siqueira.
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“Alimentos gordurosos e frituras devem passar longe. Salgadinhos “de pacote” e alimentos ou preparações cuja procedência não se sabe também devem ser evitados! Quanto aos refrigerantes, melhor não consumir em excesso. É bom lembrar também de não comer grandes quantidades de comida. Prefira apenas uma quantidade para se sentir satisfeito. Aproveitar uma viagem para provar um prato “diferente” pode parecer algo tentador, mas pode ocasionar algumas “aventuras extras” no percurso! Bom apetite, boa viagem e mantenham o humor”! – Matheus Dias.
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