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Nissan promete revolução na eletrificação

Nissan aproveita a etapa brasileira da Fórmula-E para conectar as propostas dos carros elétricos de rua com seu laboratório das pistas

Gladys Magalhães

31/03/2023 às 11:10

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A terceira geração de carros da Fórmula-E utiliza todas as tecnologias existentes nos veículos elétricos de produção

A terceira geração de carros da Fórmula-E utiliza todas as tecnologias existentes nos veículos elétricos de produção | Divulgação

A Nissan aproveitou sua entrada efetiva como equipe da Fórmula-E e a primeira etapa do campeonato realizada em solo brasileiro, em um circuito especialmente montado no Sambódromo do Anhembi no último final de semana de março, para revelar seus próximos passos na escalada da eletrificação do carro de rua. A Fórmula-E não utiliza apenas circuitos urbanos em seu campeonato “gratuitamente”. A categoria faz questão de associar os eventos com o cotidiano da população. Ao lado disso, o “bólido” da categoria dos elétricos não tem nada de tecnologia diferente em relação aos carros “verdes” das ruas, tornando, assim, um autêntico laboratório para a indústria automotiva mundial, até mais do que a Fórmula-1. Desde o longínquo Tama, lançado em 1947, ao Leaf, o primeiro 100% elétrico produzido em massa, a partir de 2010, a marca japonesa sempre esteve na vanguarda do setor. “Dentro do projeto ‘Nissan Ambition 2030’, o EV Competitiveness trará as baterias em estado sólido (ASSB), que melhorarão significativamente a tecnologia do trem motriz do carro. A bateria sólida será a segunda revolução na eletrificação, garantindo mais autonomia, mais duração e menor tempo de recarga”, revelou o argentino Gonzalo Ibarzábal, novo presidente da Nissan no Brasil.

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A nona temporada da Fórmula-E marca a chegada da Geração 3 (Gen3) da categoria, como uma evolução do carro pioneiro Gen1 (2014-2017) e de seu sucessor Gen2 (2018-2022). Dentro dos critérios de marketing da categoria, o Gen3 não usa nenhum componente ou recurso que não seja colocado nos carros de produção. Ele tem 600 kW (815 cavalos) de poder de regeneração nas frenagens, sendo 350 kW (476 cavalos) ligados ao eixo traseiro e que realmente impulsiona o Gen3 e um dianteiro com 250 kW (340 cavalos) exclusivo para a recuperação da energia durante os treinos e as corridas. Com 40% a mais de potência que o Gen2 e velocidade máxima superior a 320 km/h, os novos carros são mais leves e menores. Mais de 40% da energia é produzida por meio da frenagem regenerativa, um aumento de 25% em comparação aos carros Gen2. As baterias são recicladas no fim de sua vida útil e normalmente suportam toda a temporada da Fórmula-E. Os carros Gen3 são 60 quilos mais leves em relação à geração anterior, principalmente devido à retirada dos freios traseiros e menor tamanho da bateria. Também são menores para se adequarem às corridas em circuitos urbanos. Como parte da meta de atingir a neutralidade de carbono e dos esforços de sustentabilidade da Fórmula-E, os Gen3 contam com baterias recicláveis, fibra de carbono reaproveitada dos carros Gen2, borracha natural e fibras recicladas nos novos pneus Hankook. O atual “bólido” da Fórmula-E tem 5,01 metros de comprimento, 1,70 metro de largura, 1,02 metro de altura e 2,90 metros de distância de entre-eixos. O peso, incluindo o piloto, é de 840 quilos.

Carro elétrico da Equipe Nissan da Fórmula-E - Foto: Divulgação
Carro elétrico da Equipe Nissan da Fórmula-E - Foto: Divulgação
Carro elétrico da Equipe Nissan da Fórmula-E - Foto: Divulgação
Carro elétrico da Equipe Nissan da Fórmula-E - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Nissan Leaf com tecnologia V2G em SP - Foto: Divulgação
Gonzalo Ibarzabal, presidente da Nissan do Brasil - Foto: Divulgação
Gonzalo Ibarzabal, presidente da Nissan do Brasil - Foto: Divulgação

Considerado o carro de competição mais eficiente do mundo, o veículo da Fórmula-E é o primeiro monoposto tipo fórmula com motor dianteiro e traseiro, e o primeiro a não ser equipado com freios hidráulicos traseiros - devido à inclusão do motor dianteiro com capacidade regenerativa. Na semana do primeiro e-Prix – como são chamados os GPs da Fórmula-E – no Brasil, a Nissan promoveu várias ações de eletromobilidade na capital paulista. Em uma das principais, a marca japonesa eletrificou uma pista de automobilismo de fenda – mais conhecido no Brasil como autorama – com a tecnologia V2G do Leaf em uma área de entretenimento montada ao lado da pista. Da mesma forma como foi usada para fornecer energia para a pista de autorama, a capacidade bidirecional do Leaf permite que a carga de suas baterias seja utilizada para abastecer outros tipos de aparelhos, independentemente da existência de rede elétrica pública. Isso pode tornar a rede mais estável e sustentável, além de ajudar os consumidores a gerenciar seu abastecimento de energia.

A Nissan utilizou a etapa paulista da competição de carros elétricos para confirmar ainda que, dentro do plano “Nissan Ambition 2030”, 27 novos modelos eletrificados chegarão aos mercados globais nos próximos anos, sendo 19 EVs (100% elétricos), com a pretensão de ter 55% de cobertura em vendas a nível mundial. Será desenvolvido também um novo ecossistema com infraestrutura mais apoiada para fazer uma economia circular na gestão da energia. Dotado com a tecnologia V2G, modelos como o Leaf tem a capacidade de armazenar e fornecer energia a partir da tecnologia de recarga bidirecional V2X (“Vehicle to Everything” ou veículo para tudo). Dessa forma, assumem a dupla função de ser um carro elétrico e também fornecedor de energia para situações de emergência, como nas catástrofes naturais. A tecnologia dos veículos Nissan pode gerar benefícios econômicos decorrentes da diferença de tarifas pagas pela energia elétrica, na qual horários com maior demanda têm um custo mais alto, enquanto os de menor são mais baratos, conhecidos como “Tarifa Branca”. Dessa forma, o veículo recarrega durante a noite, quando há a baixa demanda, e fornece energia no dia (alta demanda), gerando uma economia pela diferença de tarifa da energia.

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Apesar de um calor realmente sufocante na Zona Norte de São Paulo, o público que foi ao Sambódromo do Anhembi não se importou nem um pouco com o “sol de rachar”. Disputada em 35 voltas em um traçado de pouco menos de três quilômetros de extensão, a corrida foi decidida quando, com uma ação audaciosa, o neozelandês Mitch Evans, da Jaguar, partiu para cima do então líder, seu compatriota Nick Cassidy, da Envision, conseguindo a ultrapassagem. Os três primeiros colocados cruzaram a linha de chegada com uma diferença de apenas meio segundo, com o inglês Sam Bird, companheiro de equipe de Evans, em terceiro.

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