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Automotor
Na pista de Interlagos, o hatch elétrico chinês GWM Ora 03 GT põe à prova seus predicados dinâmicos
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Posicionado no eixo dianteiro, o motor elétrico do Ora 03 GT entrega 171 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque | Fabio Gonzalez / AutoMotrix
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De 19 a 22 de fevereiro, o Autódromo de Interlagos virou palco do GWM Experience Drive Days. Na mega ação da GWM Brasil para clientes, jornalistas e concessionários de todo o país puderam testar os modelos da marca chinesa na mítica pista da capital paulista. O Ora 03 estava representado no evento em suas duas versões: a Skin, com preço de R$ 150 mil, e a GT, que sai por R$ 184 mil. As pré-vendas do hatchback 100% elétrico chinês começaram em outubro do ano passado. E o “carrinho” parece estar caindo no gosto do consumidor brasileiro. Em janeiro, já apareceu na vice-liderança de vendas nacionais entre os modelos 100% elétricos – emplacou 696 unidades e foi superado apenas pelo BYD Dolphin, que vendeu 1.820 exemplares.
As duas configurações do Ora 03 são movidas pelo mesmo motor, posicionado no eixo dianteiro, que entrega 171 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque – que é instantâneo, como é característico dos propulsores elétricos. Segundo a GWM, o modelo é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 8,2 segundos, com a velocidade máxima limitada em 160 km/h. Uma diferença entre as versões está na capacidade energética da bateria. Na Skin, é de 48 kWh, já na GT, é de 63 kWh, proporcionando maior autonomia – chega a 319 quilômetros, de acordo com o PBEV/Inmetro. Conforme a fabricante, os modelos podem ser carregados de 10% a 80% entre três e cinco horas com corrente alternada (AC) ou de 30 a 40 minutos na contínua (DC). O motorista ainda pode optar por seis modos de condução: “Normal”, “Eco”, “Automático”, “Esportivo”, “Esportivo+” e “Individual”.
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O estilo mistura modernidade com um charme “vintage”, com o carro chamando muito a atenção por onde passa. As formas são orgânicas e musculosas, que se refletem no bom coeficiente aerodinâmico de 0,29 Cx. A dianteira é marcada pelos faróis de leds redondos, que lembram modelos da Porsche e da Mini. Remetem também aos olhos de gatos de desenhos animados e dão um aspecto bem simpático ao conjunto. A grade frontal ativa, na parte inferior do para-choque, melhora a gestão da temperatura da bateria para aumentar a autonomia e a performance. Na traseira, as lanternas vêm inusitadamente embutidas na base do para-brisa, e as setas ficam na parte baixa do para-choque. A configuração GT traz ainda detalhes nos para-choques e nos para-lamas com estilo mais esportivo. O Ora 03 é oferecido nas cores Branco Ágata, Preto Hematita e Vermelho Brava (a do modelo testado), disponíveis para as duas variantes. Há também a cor Cinza Amazonita apenas para a GT e a Azul Copacabana exclusiva para a Skin. Internamente, a Skin pode vir nas cores Azul Copacabana, Branco Ágata, Preto Hematita ou Vermelho Brava. Já na GT, o interior é sempre em preto e vermelho.
O Ora 03 traz um sistema avançado de assistência ao condutor, orientado por um radar frontal de curto, médio e longo alcances e cinco câmeras (no para-brisa, nos para-choques e uma em cada retrovisor externo). Entre os itens de segurança disponíveis em todas as versões, destacam-se o stop&go, o controle de cruzeiro inteligente, o Smart Cornering (ajusta a velocidade do veículo de acordo com o ângulo da curva), o Smart Dodge (desvio inteligente de caminhões) com alerta, manutenção e centralização de faixa e o alerta e frenagem autônoma de emergência (AEB – Auto Emergency Breaking), capaz de reconhecer pedestres, ciclistas e motos. Assistente ativo de ponto cego, alerta de abertura de portas após o carro estar estacionado e desligado, reconhecimento de carros, ciclistas e motos e de placas de velocidade e visão 360 graus, com nove modos de visualização gerados por meio de cinco câmeras, também são de série em toda a linha. Com sete airbags, o Ora 03 é o primeiro carro da categoria com bolsa de segurança central (entre os bancos dianteiros). E a versão GT acrescenta 12 sensores de estacionamento, sistema ativo de estacionamento, alerta e frenagem autônoma de emergência de tráfego cruzado traseiro, “Smart-Start” (elimina a necessidade de apertar o botão start para ligar o carro), “Launch Control” (controle de largada) e retrovisores externos com rebatimento elétrico automático e memória.
O hatch elétrico da GWM sai de fábrica com garantia de cinco anos para o carro e oito anos ou 200 mil quilômetros para a bateria. A marca oferece ainda o Pacote Tranquilidade, que consiste em um carregador portátil de 3,6 kW, proteção total de dois anos para a bateria em caso de danos físicos ou elétricos, Tag GWM/Veloe por um ano para pedágios e cancelas de estacionamento, financiamento com recompra garantida de 85% da tabela FIPE e serviço Tomorrow Assistance, com oficina remota para revisões, pequenos reparos e carro cortesia.
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Maior empresa automotiva chinesa de capital 100% privado, a GWM investirá mais de R$ 10 bilhões nos próximos dez anos na sua operação no Brasil, que incluirá a produção na fábrica que pertencia à Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP), com inauguração prevista para o primeiro semestre deste ano. Atualmente, os GWM comercializados no Brasil – o Ora 03 e o utilitário esportivo médio híbrido Haval H6 – são importados da China. O Haval H6 deve ser o primeiro GWM “made in Brazil”.
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Experiência a bordo
Tecnologia com estilo
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A cabine do Ora 03 GT é minimalista e requintada, com poucos botões físicos e equipamentos bem tecnológicos. Os bancos dianteiros, com costuras vermelhas, contam com ajustes elétricos – além de ventilação e massagem – e a coluna de direção é ajustável em altura e profundidade. O painel tem couro sintético e materiais macios ao toque, presentes também nas laterais das portas dianteiras. A percepção geral é de boa qualidade na montagem. O espaço interno entrega um ambiente agradável para quatro adultos. O teto-solar panorâmico, de série na versão GT, amplia a percepção de espaço.
No quesito conectividade, o Ora 03 investe em um painel de instrumentos e multimídia com processador Qualcomm Snapdragon, com duas telas integradas de 10,25 polegadas, que se unem por uma grande moldura e fazem a função de painel de instrumentos e multimídia, full-HD, com textos em português. A central multimídia é compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, com conexão via Bluetooth. Portas USB iluminadas nas dianteiras, sistema de som com 120 W de potência e seis alto-falantes integram a lista de equipamentos do modelo. O carregador de celular por indução tem tecnologia “fast charge” e potência máxima de 15 W.
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Primeiras impressões
Do S do Senna ao Bico de Pato
São Paulo/SP - O GWM Experience Drive Days ofereceu uma oportunidade rara: acelerar veículos elétricos até que o pedal da direita chegue ao fim do curso e continuar pisando, sem outros veículos ou transeuntes por perto. O circuito de Interlagos tem 4.309 metros, e foi possível completar três voltas (bastante rápidas) com o Ora 03 GT – sendo uma delas, a mais divertida, com a pista molhada e sob chuva fina.
Sem botão de partida, basta pisar no freio e selecionar a posição “D” no comando giratório do câmbio para acelerar. O volante é um pouco grande, mas tem boa empunhadura. O motor reage com agilidade e presteza ao comando do acelerador. O conjunto é equilibrado, na medida certa entre conforto e dirigibilidade. A versão de topo do primeiro elétrico que a GWM lançou no mercado brasileiro é bastante gostosa de se dirigir. Nas retas do circuito, foi possível alcançar com facilidade a velocidade máxima de 160 km/h, limitada eletronicamente. O motor entrega até 171 cavalos e 26,6 kgfm – mas parece mais. O tempo para ir de zero a 100 km/h é de 8,2 segundos – no entanto, dá para chegar de zero a 60 km/h em cerca de 3,5 segundos, por conta do torque instantâneo.
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O carro, com seus 1.580 quilos, mostra boa estabilidade e tem pouca rolagem de carroceria. Nas famosas curvas de Interlagos – como o S do Senna, o Laranjinha, o Pinheirinho e o Bico de Pato –, o compacto elétrico da GWM se manteve estável e sob controle, mesmo nos trechos molhados. A direção é precisa e o pedal do freio é bem modulado, permitindo controlar a velocidade antes de entrar nas curvas rápidas. Nas subidas, o “carrinho” não vacilou e desenvolveu o que foi solicitado. Ao lado esquerdo do volante, o seletor de modos de condução ajuda a ditar o ritmo. O modo “Eco” oferece um acelerador mais amansado e respostas limitadas – mas testá-lo em um autódromo seria inadequado. Nos modos “Esportivo” e “Esportivo+”, o acelerador fica mais sensível e o motor joga potência nas rodas de 18 polegadas com pneus 215/50.
Quando foi necessário voltar aos boxes – infelizmente esta hora chega –, a seta do Ora 03 GT mostrou um estilo um tanto “rebelde”. Eventualmente não desliga sozinha quando o carro retoma a reta e, quando o motorista tenta desligá-la manualmente, acaba acionando para a direção oposta – com a prática, os proprietários do “carrinho” da GWM devem pegar o jeito da alavanca. Os 13,5 centímetros de vão livre em relação ao solo funcionaram bem no “tapete” de Interlagos, entretanto, talvez possam vir a estranhar um pouco as valetas, lombadas e crateras das ruas e estradas brasileiras. Mas isso ficará para outro teste, o da “vida real”. Em Interlagos, o Ora 03 GT inegavelmente rendeu farta diversão.
Ficha Técnica
GWM Ora 03 GT
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Motor: elétrico síncrono de ímã permanente, dianteiro
Bateria: 63 kWh
Autonomia: 319 quilômetros (PBEV/Inmetro)
Tempo de recarga: de 15% a 100% em tomada AC, aproximadamente cinco horas. De 30% a 80%, em tomada DC, cerca de 40 minutos
Conector: CCS Tipo 2
Tração: frontal
Potência: 171 cavalos
Torque: 25,5 kgfm
Medidas: 4,25 metros de comprimento, 1,84 metro de largura, 1,60 metro de altura, 2,65 metros de entre-eixos
Peso: 1.580 quilos
Suspensão: MacPherson na dianteira, eixo de torção na traseira
Rodas e pneus: rodas de liga leve 18 polegadas com pneus 215/50
Porta-malas: 228 litros (858 litros com o banco traseiro rebatido)
Preço: R$ 184 mil
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