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Automotor
Alguns modelos com esse tipo de motor perdem quase metade do valor em dois anos
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Montadoras apostam em tecnologia | Divulgação/Volvo
Há um novo queridinho no mercado automobilístico. Recheado de tecnologia e sendo vendido como amigável ao meio ambiente, os veículos elétricos vêm conquistando fatia cada vez maior das vendas.
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O movimento é mais forte principalmente na Europa, em meio a legislações e pressões populares por descarbonização e sustentabilidade. Mas as vendas desses carros também crescem no Brasil.
Cada vez mais marcas lançam veículos da linha 100% elétrico em busca deste novo consumidor. A chinesa BYD se destacou entre as montadoras em 2024, com bons números no País. Mas nem tudo são flores.
Pressionados pelos modelos híbridos cada vez mais modernos e a lentidão na ampliação da infraestrutura necessária para sua manutenção, os modelos enfrentam desafios. O maior deles, talvez, seja a desvalorização na hora da revenda.
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Alguns modelos, como o Peugeot 2008, por exemplo, pode perder até metade do seu valor, com apenas dois anos de uso e menos de 20 quilômetros rodados. Um problema que não é só nacional.
“O principal fator (para a desvalorização) é a insegurança quando à duração da bateria”, afirma a professora Adriana Marotti de Mello, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Doutora em Engenharia de Produção e pesquisadora de gestão de inovação e novas tecnologias na indústria automotiva, Adriana explica que as montadoras tentam quebrar essa desconfiança dando garantias de 10 a 12 anos para as baterias, mas não é o suficiente.
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Acostumado aos veículos a combustão, o consumidor médio ainda resiste à nova tecnologia.
“Nossa frota de veículos tem idade média de 10 a 12 anos. Ou seja, tem modelos com mais de 20 anos rodando”, exemplifica. Além disso, esse tipo de veículos ainda são novidade no mercado nacional.
Há outras questões que pesam principalmente no Brasil. “Ainda não está muito clara a infraestrutura para recarga”, afirma a pesquisadora. Segundo ela, o carregamento ainda é doméstico para muitos.
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Além disso, o mercado está concentrado nos grandes centros, em especial, São Paulo, onde há maior oferta de carregadores. Uma realidade ainda distante no interior. “Por isso, o consumidor acaba optando por um veículo híbrido ou mesmo a combustão.”
Outro ponto de preocupação para os motoristas é a troca da bateria, que pode custar até 70% do valor total do carro, segundo a professora.
Também impacta na revenda a queda de preços dos veículos 100% elétricos zero quilômetros. Com novos modelos mais baratos ao mercado, os usados precisam recuar ainda mais para vender.
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A Gazeta pesquisou diversos modelos usados, principalmente modelos entre 2021 a 2023 e constatou o impacto da desvalorização entre os elétricos. Alguns chegam a cair mais de 50%.
Os carros da BYD apresentaram uma queda menor do que modelos da Peugeot e Volvo, por exemplo, mas em taxas ainda preocupantes. Confira alguns exemplos:
BYD Han
Elétrico AWD
2022/2023
25.000km rodados
Preço no mercado secundário: R$ 360 mil
Preço quando lançado: R$ 540 mil
Desvalorização: 33%
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BYD Tan
Elétrico AWD
2022/2022
19.621km rodados
Preço no mercado secundário: R$ 309 mil
Preço quando lançado: R$ 474 mil
Desvalorização: 35%
PEUGEOT 2008
50 kw Elétrico E-GT
2022/2023
11.500km rodados
Preço no mercado secundário: R$ 140 mil
Preço quando lançado: R$ 260 mil
Desvalorização: 46%
VOLVO XC40
Recharge Pure Eletric
2021/2022
43.000 rodados
Preço no mercado secundário: R$ 175 mil
Preço quando lançado: R$ 390 mil
Desvalorização: 55%
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