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Automotor
A estética da versão RS reforça a percepção de esportividade do hatch Chevrolet Onix
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A sigla RS de Rallye Sport é adotada globalmente pela Chevrolet em produtos com visual dinâmico, sem alterações mecânicas | Luiza Kreitlon/AutoMotrix
A primeira geração do Chevrolet Onix foi lançada no Brasil há exatamente uma década, em outubro de 2012, com a missão de substituir o Celta – e, a seguir, o Agile. Carro mais vendido o Brasil de 2015 a 2020, o hatch da Chevrolet ganhou um facelift em 2016 e teve sua segunda geração apresentada no final de 2019. No ano seguinte, como muitos modelos, o Onix foi impactado pela escassez global de componentes eletrônicos – especialmente de semicondutores. Em 2021, a produção da fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, ficou comprometida e o modelo perdeu posições no ranking nacional de vendas – no fechamento do ano, terminou em quinto, ultrapassado pela picape Fiat Strada (que liderou as vendas do ano passado), pelos hatches Hyundai HB20 e Fiat Argo e pelo utilitário esportivo Jeep Renegade. Este ano, a produção está retomando gradativamente a normalidade, e o Onix já aparece em terceiro lugar no acumulado dos nove primeiros meses – superado apenas pela Strada e pelo HB20. Na linha 2023 do hatch, a versão RS – apresentada no Brasil há dois anos, em outubro de 2020 – continua a cumprir a função de reforçar a esportividade do Onix.
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Para dar ao hatch um aspecto mais dinâmico, a Chevrolet recorreu à sigla RS – de Rallye Sport –, adotada globalmente pela marca em produtos com visual mais esportivo, sem alterações mecânicas. O motor do RS é o 1.0 turbo de até 116 cavalos, combinado ao câmbio automático de 6 marchas, o mesmo conjunto adotado nas versões LT, LTZ e na “top” Premier. Partindo da configuração LTZ, a RS é “tunada de fábrica” e acrescenta itens inspirados nos modelos de competição, quase todos em tons de preto, como a grade tipo colmeia, os spoilers mais pronunciados esculpidos nas extremidades do próprio para-choque, os faróis tipo projetor com máscara negra e luz DRL com moldura em preto brilhante, além do emblema “RS” e da gravata Chevrolet “black bow tie”. Os retrovisores ganharam um tom “Black Piano” e o teto e as rodas são pintados com uma tinta negra metalizada. Máscaras dos faróis e os adesivos de coluna são em preto fosco. Na traseira, destacam-se um spoiler em preto metálico integrado ao para-choque, um aerofólio em “Black Piano” e o emblema “RS” em acabamento vermelho.
No interior, são os detalhes em vermelho que reforçam o “espírito esportivo” do Onix. Tons rubros aparecem nas costuras pespontadas da forração do volante esportivo de base reta, iguais às que decoram os bancos envolventes. As saídas de ar têm molduras com um toque vermelho acetinado que combina com o grafismo do quadro de instrumentos. O revestimento interno do teto e das colunas são escurecidos. A RS replica a maioria dos itens da intermediária LTZ, que incluem sistema de infoentretenimento MyLink com tela de 8 polegadas e áudio com seis alto-falantes, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, sensor de estacionamento traseiro, computador de bordo, controle eletrônico de estabilidade e tração e assistente de partida em aclive. A câmera de ré e a partida acionada por botão, que são de série na versão Premier e na LTZ, estão ausentes na RS – traz apenas sensor de estacionamento, com alerta sonoro e visual no painel.
Ao contrário da “top” Premier, a RS não oferece o sistema start/stop, que desliga automaticamente o motor em paradas temporárias, nem o carregador Wireless (sem fio) para celulares e o sensor crepuscular para os faróis. O serviço de concierge OnStar e o Wi-Fi 4G nativo – destaques da Premier – também não estão disponíveis. Quando a linha 2023 foi apresentada, em abril, o Onix RS agregou conexão simultânea para dois celulares via Bluetooth, Wi-Fi e conectividade sem fio com smartphones. Contudo, ainda por causa da escassez de componentes eletrônicos, já no final de junho, a Chevrolet informou às concessionárias que o Onix, o Onix Plus e o Tracker 2023 passaram a ser emplacados sem conexão com Bluetooth e Android Auto – o Apple CarPlay tem conexão apenas por cabo e não mais sem fio. A marca prometeu oferecer um módulo de conectividade para ativar futuramente as funções na central multimídia MyLink.
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Um câmbio manual, que oferecesse ao motorista maior controle sobre a motorização, seria previsível em uma versão esportiva. Porém, as pesquisas da Chevrolet apontam que a maioria dos consumidores de automóveis na casa dos R$ 100 mil dificilmente considera adquirir um modelo sem caixa automática. Por isso, o câmbio automático de 6 velocidades das outras versões foi mantido, sem modo “Sport” ou borboletas no volante. Trabalha junto ao motor 1.0 turbo flex com três cilindros e 12 válvulas, que entrega potência de 116 cavalos (com gasolina e etanol) a 5.500 rpm e torque máximo de 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, sempre a duas mil rpm.
Sem recursos mecânicos diferenciados que possam transformá-lo em um verdadeiro esportivo, a versão RS busca “contaminar” toda a linha Onix com uma imagem de esportividade, mas sem tornar-se um produto demasiadamente caro e restrito a um nicho – algo que seria um “efeito colateral” compulsório de uma motorização mais “forçuda”. O preço do Onix RS começa em R$ 100.930 – entre os R$ 98.930 da versão LTZ e os R$ 104.230 da “top” Premier. No entanto, o preço vale somente para a cor metálica Preto Ouro Negro – a sólida Branco Summit e a metálica Vermelho Carmim (do modelo testado) geram acréscimos à fatura. A versão RS não oferece opcionais.
Experiência a bordo
Dentro da proposta
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O habitáculo do Onix RS é coerente com a estética esportiva da versão. Como em toda a linha do hatch, ainda predominam os plásticos duros, mas as texturas com formas geométricas no tablier, imitando fibra de carbono, ampliam a sensação de esportividade, reforçada pelos detalhes vermelhos. O painel de instrumentos também traz grafismos com detalhes rubros. O volante revestido em couro com costuras vermelhas da versão conta com ajuste de altura e distância.
Em termos de conforto e equipamentos, a versão RS repete o que já se conhece das configurações intermediárias do Onix. Os bancos dianteiros dão razoável suporte às costas, apesar dos assentos um tanto curtos. Quem anda atrás tem um satisfatório espaço para as pernas e para os ombros, contudo, não tem uma saída de ar-condicionado. Com suas 8 polegadas, a tela do multimídia MyLink oferece boa visibilidade.
Impressões ao dirigir
Dinâmica aspiracional
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Para entregar uma performance que não frustre quem se empolga por seu estilo, o Onix RS conta com o motor 1.0 turbo Ecotec, com três cilindros e 12 válvulas – igual ao que embala as versões LT, LTZ e Premier. Como no restante da linha, ele viabiliza retomadas de velocidade decentes e confere ao hatch de visual esportivo a habilidade para circular com desembaraço, tanto na cidade quanto na estrada. Disponível já na faixa de dois mil giros, o torque máximo de 16,3 kgfm dá ao Onix RS a capacidade de vencer agilmente a inércia e retomar velocidade com desenvoltura. Porém, quando o motorista pisa fundo no acelerador, a reação não é tão imediata por que a injeção não é direta. Todavia, tão logo o turbo entra em ação, o carro ganha velocidade rapidamente. Uma dose extra de esportividade poderia ser acrescida se o modelo usasse o 1.2 turbo da versão “top” do utilitário esportivo Tracker e que gera até 132 cavalos e 21 kgfm de torque. Mas, apesar de impulsionar melhor o carro, o motor mais forte também empurraria rapidamente o preço do Onix RS para um patamar superior.
Se o RS não chega a entregar tudo que se espera de um automóvel com um aerofólio na traseira, também não pode ser acusado de lerdeza. O câmbio automático de 6 marchas é bem escalonado e faz as trocas com suavidade, de forma ágil o suficiente para que o carro seja esperto, sem abdicar de ser confortável. O Onix não traz borboletas atrás do volante para as trocas manuais – algo que seria bastante divertido e bem-vindo em uma versão autenticamente esportiva. Por outro lado, é possível se mudar sequencialmente as marchas colocando a alavanca na posição “L” e acionando um botão lateral.
A suspensão, a mesma adotada nas outras configurações do hatch, é um tanto rígida. A carroceria inclina discretamente nas curvas fechadas, entretanto, o carro entrega um bom nível de estabilidade em trechos sinuosos percorridos em altas velocidades – os pneus Continental PowerContact 2 de perfil 55 da RS, de perfil sutilmente mais baixo em comparação aos das outras versões, também cooperam na tarefa e dão a impressão de mais de firmeza na suspensão. Quando, justificavelmente inspirado pela estética esportiva do modelo, o motorista “abusa” do pedal da direita e o Onix RS começa a escapar, os controles de estabilidade e tração atuam providencialmente para que a coisa não fique perigosa. E a direção elétrica bem ajustada facilita o controle.
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Ficha Técnica
Chevrolet Onix RS
Motor: transversal, três cilindros e 12 válvulas, 999 cm³, flex, turbo
Potência: 116 cavalos (com gasolina e etanol) a 5.500 rpm
Torque: 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, sempre a 2 mil rpm
Transmissão: câmbio automático de 6 velocidades com mudanças manuais na alavanca.
Tração: dianteira
Suspensão: dianteira independente tipo MacPherson, com barra estabilizadora, traseira semi-independente, com eixo de torção
Rodas e pneus: alumínio de 16 polegadas com pneus 195/55 R16
Direção: do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD
Tanque de combustível: 44 litros
Porta-malas: 275 litros
Dimensões: 4,16 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,47 metro de altura, 2,55 metros de distância de entre-eixos
Peso: 1.085 quilos
Preço: inicial de R$ 100.930
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